quinta-feira, 18 de março de 2010

GREVE - Trabalhadores em Educação BH/MG 2

Professores da rede municipal iniciam greve em BH

Flávia Ayer - Jornal Estado de Minas
Publicação: 18/03/2010 06:34
Atualização: 18/03/2010 06:48

Às voltas com movimentos grevistas de várias categorias, os cidadãos de Belo Horizonte estão longe de se despedir do cenário de paralisações. Nesta quinta-feira, funcionários da rede municipal de educação cruzam oficialmente os braços e prometem só voltar à sala de aula quando houver acordo para reajuste salarial. Até lá, e dependendo da adesão, mais de 180 mil alunos das 240 instituições municipais de ensino correm o risco de ficar sem as lições. A boa notícia é que avançam para um desfecho a paralisação dos médicos do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), cuja consequência mais grave foi a recusa dos profissionais em atender um homem com a mão decepada, e a queda de braço entre trabalhadores de transporte coletivo de Belo Horizonte e empresas de ônibus, que deixou milhares de trabalhadores a pé. Policiais militares também estão em campanha salarial e na quarta-feira houve protesto na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul.

As aulas nas escolas municipais ocorreram normalmente quarta-feira, quando professores comunicaram aos estudantes sobre o início da paralisação. Cartazes foram afixados nas paredes das unidades e panfletos enviados aos pais de alunos, que terão que se desdobrar para arranjar uma ocupação para os filhos. Professores municipais reivindicam aumento de 22,41%, percentual que, segundo eles, corresponde às perdas desde 1996, além da melhoria das condições de trabalho.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) informa que o funcionamento das escolas foi normal na quarta-feira e que até as 19h não havia recebido comunicado do sindicato da categoria, o Sind-Rede/BH, a respeito da greve. Além disso, sustenta que a prefeitura está aberta para início das negociações com os professores.

Na rede estadual de educação, pais e alunos também começam a se preocupar, porque a possibilidade de greve bate à porta. Terça-feira, em manifesto na Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde, na Região Norte, sindicalistas decidiram que, caso não haja negociação, vão suspender as aulas por tempo indeterminado.

Enquanto os transtornos na educação estão só no início, a dor de cabeça no Hospital João XXIII, maior pronto-socorro do estado, caminha para o fim. A negociação parte de proposta enviada pelo governo do estado ao Sindicato dos Médicos, aceita quarta-feira pela categoria. Os protestos serão suspensos até quinta-feira da próxima semana, à espera de que a oferta, de reajuste de 10% e incorporação de abono ao salário-base, seja formalizada. Em uma semana haverá nova assembleia.

A reivindicação da classe é elevar o piso salarial de R$ 2,4 mil. Com a proposta prévia do governo, o salário inicial subiria para, pelo menos, R$ 2,9 mil. Trabalham no HPS 500 médicos, mas os benefícios se estenderiam a toda rede da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Na quarta-feira, das 0h às 18h foram atendidos no HPS apenas 50 pacientes em estado gravíssimo, segundo a fundação. Em funcionamento normal, a demanda diária do hospital chega a 400 pacientes por dia.

O pesadelo de milhões de passageiros do transporte coletivo também parece estar perto do final. Nesta quinta-feira, trabalhadores e empresas se sentam à mesa de negociações no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com o desembargador Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello. Se houver acordo, será decretado o fim da greve. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de BH, Geraldo Mascarenhas, a categoria terá conhecimento da proposta de reajuste pelo desembargador. “Refizemos nossa proposta inicial de 37% e chegamos a um patamar mínimo de 12%. Fala-se de uma proposta das empresas de 6,5% de reajuste, mas isso não chegou até nós.”

O setor da segurança também está em campanha salarial. Na quarta-feira, cerca de 1,5 mil militares seguiram da Praça Afonso Arinos, no Centro, até a Praça da Liberdade. Eles reivindicam reajuste do piso salarial, que, segundo entidades sindicais, é de R$ 1.755, Em nota, o governo do estado informa que mantém permanente diálogo com as entidades de representação dos servidores. Em 2009, houve 48 reuniões entre representantes dos funcionários e a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), correspondendo à média de quatro encontros mensais.
 
Fonte:
 

Jornal OTempo

Professores da rede municipal iniciam greve em Belo Horizonte

A boa notícia é que os médicos do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII voltaram ao trabalho

18/03/2010 07h22
FERNANDA PENNA
Siga em www.twitter.com/OTEMPOonline

Enquanto os médicos do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII suspendem a paralisação e voltam ao trabalho, funcionários da rede municipal de educação de Belo Horizonte iniciam uma greve a partir desta quinta-feira (18) por tempo indeterminado e mais de 180 mil alunos das 240 escolas municipais de ensino correm o risco de ficar sem aulas. O movimento foi anunciado depois de assembleia realizada na noite de ontem. Professores municipais reivindicam aumento de 22,41%, percentual que, segundo eles, corresponde às perdas desde 1996, além da melhoria das condições de trabalho.

Segundo o sindicato da categoria, o Sind-Rede/BH, desde o início do ano, os trabalhadores em educação estão tentando negociações efetivas. No ano de 2009, foram realizadas oito paralisações, sendo dois dias de greve. O sindicato afirma que a única proposta que o governo apresentou é de abono condicionado à extensão da nossa jornada e a exclusão dos profissionais que adoecem.

Na rede estadual de educação, os professores decidiram por uma paralisação no dia 8 de abril. A categoria se concentrou na nova sede do governo na última terça-feira (16) para pedir um piso salarial de R$1.312,85 para uma jornada de 24 horas.

Além dos trabalhadores da área da educação, participaram do ato, policiais civis e servidores do Ipsemg. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), o piso salarial do professor de nível médio de escolaridade é de R$ 336,00. Já o professor com graduação recebe de piso salarial R$ 500,49.

Rodoviários

Nesta quinta-feira, trabalhadores e empresas discutem sobre o rumo da greve no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). O diretor do STTR-BH e da Federação dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de Minas Gerais (Fetrominas), Geraldo Mascarenhas, disse que as entidades vão analisar as propostas e que se chegarem a um acordo, será decretado o fim da greve.

A reivindicação inicial da categoria era de 37%, mas o patamar caiu para 12%. Já o sindicato patronal aumentou a proposta inicial de 4,36% para 6,5% de reajuste. Os patrões também ofereceram aumento do valor total do ticket alimentação de R$ 234 para R$ 245.

Militares

Na quarta-feira foi a vez de os policiais militares irem às ruas para protestar por melhores salários. A reivindicação é que o governador Aécio Neves (PSDB) cumpra a promessa feita em 2007 de elevação do valor dos salários da categoria para que os militares mineiros ficassem entre os três melhores pagos no país. A movimentação causou lentidão no trânsito. Eles reivindicam reajuste do piso salarial, que, segundo entidades sindicais, é de R$ 1.755.

Pelo menos 1.500 policiais da capital e do interior participaram da manifestação de ontem. No início da tarde, eles se reuniram no bairro Prado, na região Oeste, e seguiram até a praça Afonso Arinos, no centro da capital. De lá, marcharam até a praça da Liberdade.

A assessoria de imprensa do governo informou que desconhece a promessa à qual os policiais se referem.

Nenhum comentário: