É preciso que a educação no Brasil de fato aconteça como um direito de todas as pessoas e que ela seja também de qualidade.
Todavia, sabemos que a avaliação realizada pelo governo não atende, ainda, as três modalidades de avaliação (diagnóstica, formativa e somativa) a ponto de respeitar as etapas de crescimento do aluno e do trabalho do docente. O que vemos por enquanto são os resultados de uma nota geral de uma cidade, de uma região, do Brasil, sem uma problematização efetiva destes dados de forma qualitativa.
Seria preciso que antes do governo traçar notas a serem atingidas pelas escolas (consequentemente por seus alunos e professores), projetasse, juntamente com os educadores, os planos para atender as demandas dos sujeitos envolvidos no processo ensino aprendizagem.
Um dos fatos históricos da educação (tenho mestrado em História da educação pela UFMG) é que os professores das primeiras letras sempre foram desqualificados financeiramente em sua função. No período colonial, o mestre de primeiras letras recebia o mesmo valor que recebia um funcionário da Coroa responsável por entregar documentos nas repartições. Neste contexto, o ofício de mestre estava relacionado ao trabalho com as mãos, pois era necessário ensinar individualmente os alunos sem contar com materiais e mesmo métodos sofisticados de ensino.
Atualmente, contamos com teorias que refletem sobre a aprendizagem, novos métodos e materiais úteis ao ensino, livros e suporte de texto que dominam nossa sociedade e que podem ser utilizados pelos professores. Tudo realmente passou por mudanças significativas em nossa sociedade com relação à escola. No entanto, as mudanças trazidas para o docente não recebeu um impacto de valorização de seu salário. Ele simplesmente teve que trabalhar mais, ter que fazer um curso superior, realizar cursos de capacitação para o exercício do magistério (caso queira entender as demandas das dificuldades apresentadas por seus alunos) e receber ordens do Estado. Excetuando aqui as ameças feitas nas escolas para o professor por alguns alunos e por aquelas vindas de órgãos do próprio governo que tentam inibir algumas manifestações da categoria.
O professor das primeiras letras, que antes era representado pelos homens e hoje tem a maioria formada pela mulher (este ser que possui mais de uma jornada de trabalho: casa/escola, escola/casa ou escola/escola/casa), continua sem ganhar salários dignos para o exercício de sua função. Se quiser receber em média, R$1500,00 precisa trabalhar em duas escolas.
Alguns irão dizer que R$1500,00 está de bom tamanho para quem trabalha na educação, por não conhecerem a realidade do trabalho docente, das demandas internas e externas desta função (do processo de elaboração de atividades, de materiais, de aulas, correções de trabalhos e atividades extras) para trazer conhecimento e entretenimento para os alunos.
As minhas perguntas são estas: Por que este profissional ainda precisa trabalhar em dois cargos para receber este valor? Qual é o real valor da profissão docente no Brasil para os nossos representantes? Que qualidade teremos de ensino com professores cansados e estressados devido a somatório de tantos problemas existenciais?
De fato os professores continuam, mesmo ganhando algumas conquistas, a perderem. E ele também perde, cada dia mais, o seu prestígio social.
O fruto de tudo isso é um amontoado de problemas que, presentes na sociedade e na família, são refletidos na escola como a violência, as drogas, a indisciplina, a falta de respeito etc. E o que percebemos nas escolas é o sentimento de uma total frustração por parte do professor que não consegue exercer parte da sua função e não se vê refletido em seu trabalho.
A escola é um local de trabalho e como tal é cheio de conflitos, de frustrações, de medo, de alegrias e de conquistas também. É preciso deixar claro que existem professores, diretoras e equipe pedagógica bons e competentes. Todavia, também existe o descompromisso de muitos professores, diretores e equipe pedagógica que, adormecidos na função, acham tudo muito ruim mas não atuam de forma significativa para mudar o que acontece em seu meio e ainda colocam pedras no caminho daqueles que tentam fazer algo diferente.
E é exatamente neste contexto que o estado lança mão da avaliação para fazer com que aconteça uma melhoria na educação brasileira. Como se as notas de fato refletissem o ideal da educação.
O fato de apenas alcançar as metas dos países desenvolvidos podem não retratar o que realmente se passa na educação. Um exemplo disto é a LDB 9394/96 que direcionou que os professores das primeiras séries deveriam ter o curso superior até 2006. Para sanar estes problemas o MEC saiu autorizando faculdades e faculdades para oferecerem esta formação aos professores e nem sempre estes cursos mudavam a forma de se pensar a concepção de educação e ensino em nossa sociedade.
É preciso não deixar que o governo saia por aí dizendo que a educação anda a mil maravilhas porque estamos com índices de notas iguais ou melhores de que os países desenvolvidos. É preciso que uma organização dos professores, com sua participação efetiva somada a da comunidade escolar (pais, funcionários e alunos) possa dizer o que eles desejam para a melhoria do processo educacional.
É preciso chamar a comunidade escolar para compreender o que se passa na educação sem culpar apenas a família pelas notas “ruins” ou comportamentos indesejáveis de seus filhos. É preciso construir uma parceria de peso. E para que esta parceria seja construída é preciso aos professores e equipe pedagógica romperem com alguns preconceitos arraigados em nossa sociedade.
Qual seria a receita para que isto acontecesse? Não sei. Mas tenho certeza que PARTICIPAÇÃO é um dos ingredientes. Os outros devem ser construídos pela PRÓPRIA CATEGORIA.
Não adianta dizer como fazer e quais passos seguir. Isto o governo sempre fez e não dá resultados para os trabalhadores em educação. É necessário pegar “as pedras no caminho” e fazer delas uma trilha que pode levar a uma nova forma de entender os obstáculos existentes em nossa função e construir caminhos necessários para se chegar ao que seja uma educação que respeite e compreenda os sujeitos escolares, suas necessidades, seus valores e suas outras formas de conceber o mundo... Isso já foi apresentado por Paulo Freire. A educação é um ato de amor mas ela só se concretiza se existir uma reflexão crítica por parte de quem a coloca em prática.
Por mais que refletimos com nossos alunos (sou professora dos cursos e Pedagogia e de Letras em uma faculdade da grande BH) sobre o papel do educador e dos instrumentos de avaliação existentes, da função da escola e os problemas milenares da educação, a maior parte sente-se sem rumo quando recebem em suas escolas as diretrizes do governo para a educação, é como se fosse uma ordem que deve ser cumprida sem nenhum tipo de questionamento.
O que fazer com este descontentamento que não é só de um, mas de muitos trabalhadores em educação? Seguir as normas ou organizar um modo de indicar os instrumentos que achamos necessário para alcançar alguns objetivos viáveis?
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A escola é um local de trabalho e como tal é cheio de conflitos, de frustrações, de medo, de alegrias e de conquistas também. É preciso deixar claro que existem professores, diretoras e equipe pedagógica bons e competentes. Todavia, também existe o descompromisso de muitos professores, diretores e equipe pedagógica que, adormecidos na função, acham tudo muito ruim mas não atuam de forma significativa para mudar o que acontece em seu meio e ainda colocam pedras no caminho daqueles que tentam fazer algo diferente.
E é exatamente neste contexto que o estado lança mão da avaliação para fazer com que aconteça uma melhoria na educação brasileira. Como se as notas de fato refletissem o ideal da educação.
O fato de apenas alcançar as metas dos países desenvolvidos podem não retratar o que realmente se passa na educação. Um exemplo disto é a LDB 9394/96 que direcionou que os professores das primeiras séries deveriam ter o curso superior até 2006. Para sanar estes problemas o MEC saiu autorizando faculdades e faculdades para oferecerem esta formação aos professores e nem sempre estes cursos mudavam a forma de se pensar a concepção de educação e ensino em nossa sociedade.
É preciso não deixar que o governo saia por aí dizendo que a educação anda a mil maravilhas porque estamos com índices de notas iguais ou melhores de que os países desenvolvidos. É preciso que uma organização dos professores, com sua participação efetiva somada a da comunidade escolar (pais, funcionários e alunos) possa dizer o que eles desejam para a melhoria do processo educacional.
É preciso chamar a comunidade escolar para compreender o que se passa na educação sem culpar apenas a família pelas notas “ruins” ou comportamentos indesejáveis de seus filhos. É preciso construir uma parceria de peso. E para que esta parceria seja construída é preciso aos professores e equipe pedagógica romperem com alguns preconceitos arraigados em nossa sociedade.
Qual seria a receita para que isto acontecesse? Não sei. Mas tenho certeza que PARTICIPAÇÃO é um dos ingredientes. Os outros devem ser construídos pela PRÓPRIA CATEGORIA.
Não adianta dizer como fazer e quais passos seguir. Isto o governo sempre fez e não dá resultados para os trabalhadores em educação. É necessário pegar “as pedras no caminho” e fazer delas uma trilha que pode levar a uma nova forma de entender os obstáculos existentes em nossa função e construir caminhos necessários para se chegar ao que seja uma educação que respeite e compreenda os sujeitos escolares, suas necessidades, seus valores e suas outras formas de conceber o mundo... Isso já foi apresentado por Paulo Freire. A educação é um ato de amor mas ela só se concretiza se existir uma reflexão crítica por parte de quem a coloca em prática.
Por mais que refletimos com nossos alunos (sou professora dos cursos e Pedagogia e de Letras em uma faculdade da grande BH) sobre o papel do educador e dos instrumentos de avaliação existentes, da função da escola e os problemas milenares da educação, a maior parte sente-se sem rumo quando recebem em suas escolas as diretrizes do governo para a educação, é como se fosse uma ordem que deve ser cumprida sem nenhum tipo de questionamento.
O que fazer com este descontentamento que não é só de um, mas de muitos trabalhadores em educação? Seguir as normas ou organizar um modo de indicar os instrumentos que achamos necessário para alcançar alguns objetivos viáveis?
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O QUE NÓS QUEREMOS DE VERDADE PARA A EDUCAÇÃO NO BRASIL? PARA O NOSSO TRABALHO E PARA OS NOSSOS ALUNOS?
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“O QUE VOCÊ QUER DE VERDADE???”
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