quinta-feira, 19 de junho de 2008

Informe SINTAPPI

BELO HORIZONTE, 11 DE JUNHO DE 2008

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO


Nós, fiscais da BHTRANS, vimos, pela presente, alertar a população de Belo Horizonte para os recentes fatos que estão comprometendo nossa imagem, classificando-nos como responsáveis pela chamada “indústria de multas”. É preciso dizer que o papel do fiscal vai muito além da simples lavratura do auto de infração de trânsito. No dia-a-dia, invisíveis aos olhos da grande maioria da população, as equipes de fiscalização monitoram o trânsito, auxiliando o usuário da via. Na maioria das vezes, são os fiscais que primeiro acodem as vitimas em acidentes de trânsito, ajudam motoristas em apuros com carros quebrados em meio à faixa de rolamento e com trânsito intenso, trazendo segurança para o usuário das vias urbanas. Somos ainda aqueles que, sob quaisquer condições de clima, são deslocados para garantir a segurança da população no trânsito. O fiscal da BHTRANS trabalha em muitos casos com equipamentos que não lhe dão a necessária segurança para o trabalho que precisa realizar, pondo sua própria integridade física em risco, em nome do bem estar da coletividade. A despeito do inquestionável papel social do agente da BTHRANS, somos lembrados apenas pelas multas aplicadas. Agora, um agente da BHTRANS conseguiu provas e levou a público a denúncia da prática da concessão de benefício ou folga em troca do aumento no número de multas lavradas por dia. Vê-se o clamor da população contra os agentes, estes levados de roldão, nos acontecimentos. É preciso deixar claro que a prática foi criada e incentivada pela Diretoria de Desenvolvimento e Implantação (DDI) da BHTRANS que, passando longe do papel social que a Empresa deve desempenhar, adotou a prática com fins arrecadatórios, visando mascarar o verdadeiro problema que há muito existe em relação à fiscalização: falta de agentes para cumprir seu papel constitucional. O agente que denunciou a prática mostrou a verdadeira face dos fiscais da BHTRANS: não temos compromisso com o erro. Tão logo foi possível reunir provas, esse cidadão compromissado com a população de BH levou a público a prática imoral. Tão logo foi possível, ele mostrou sua indignação com a prática imposta pela Diretoria. Após a repercussão negativa dos fatos, a Diretora de Desenvolvimento da BHTRANS vai a público e, para espanto de toda a população, admite a existência da norma e ainda diz que se devia a um desejo das equipes de fiscalização. Joga-se a culpa da existência da norma sobre os fiscais! Duvidam da nossa inteligência! Como é que o empregado impõe norma à direção da Empresa, se este faz parte de equipe a ela subordinada? Convenhamos, jogar a culpa sobre os fiscais, por uma norma imposta pela Empresa, é muito fácil. Essa senhora, além disso, afirma de forma leviana que os agentes vão para suas casas, dormir, no horário de trabalho! Na entrevista dada à Rádio Itatiaia, a Diretora afirma que sabia do caso e, até onde se sabe, não tomou nenhuma providência. Se existem maus profissionais, conforme citado por ela, então as devidas providências deveriam ter sido tomadas na ocasião dos fatos, o que não ocorreu. Para justificar o ilícito, a Empresa distorce os fatos! Concluímos aqui que o verdadeiro culpado pela prática, mediante imposição, é a Diretoria da BHTRANS e não seus comandados, os fiscais de trânsito de BH. Há que se preservar a equipe de fiscalização, composta por profissionais dedicados, com formação profissional e “know-how” exportado até para outros países. Há que se tomar as devidas providências contra as práticas nefastas e mais ainda contra as afirmações levianas feitas pela Diretoria de Desenvolvimento e Implantação da BHTRANS, na figura de sua Diretora.

VAMOS NOS UNIR, SOCIEDADE CIVIL E AGENTES DE TRÂNSITO DE BH, CONTRA A “INDÚSTRIA DE MULTAS”!


SINTAPPI/MG
Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Pesquisas, Perícias e Informações no Estado de Minas Gerais
www.sintappimg.org.br

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