domingo, 15 de maio de 2011

Servidores unidos arrancam proposta da PBH

"É a primeira vez, na história de Belo Horizonte, que os servidores públicos municipais começam e terminam uma campanha salarial unidos" com esta frase, Célia, diretora do Sindibel, sintetiza o espírito de unificação da campanha salarial deste ano. No dia 11 de maio, os servidores municipais de BH, em assembleia, avaliaram a conquista da proposta de reajuste da PBH para a categoria. O reajuste consiste em 10% para 2011 e 10% para 2012. Vale ressaltar que o índice, na verdade, é de 20% dividido em 4 vezes, sendo: 3,25% em julho de 2011, 6,75% em novembro 2011, 5% em julho 2012, 5% em novembro de 2012. Para a Educação Infantil, o índice é de 12% em 2011 e 12% em 2012, divididos de forma similar ao dos demais trabalhadores.

Embora esta proposta não contemple boa parte de nossas reivindicações, ela consiste em um reajuste maior que a média da região metropolitana. No entanto, este resultado só aconteceu, principalmente, pelo nível de mobilização das categorias envolvidas e, em especial na educação, também pela demonstração de força da greve do ano passado. Durante os meses de campanha unificada, os servidores paralisaram e mobilizaram quatro vezes as escolas, UMEIS, unidades de saúde e administração da prefeitura em toda a cidade. Portanto não se trata de uma condescendência, mas, sim, de muita gente na rua mobilizada e politizada com disposição para lutar pelos seus direitos.

Mas é preciso colocar os pés no chão. A proposta, apesar de representar uma vitória da campanha unificada, tem problemas. Em primeiro lugar, a volta da inflação. De janeiro de 2009 a março deste ano, as perdas inflacionárias foram de 8,7%. Portanto, o reajuste da PBH, até o fim do ano, não cobre sequer estas perdas no governo Marcio Lacerda e nem garante aumento real. Na Educação Infantil, há mais agravantes. Neste ano, o reajuste de 24%, em relação aos 20% do restante da categoria, foi bem abaixo da média dos outros anos.

Portanto, a categoria não vai parar por aqui. As mobilizações em torno da equiparação da carreira e isonomia salarial para Educação Infantil irão continuar assim como a defesa de uma previdência digna, a questão do piso e todas as outras reivindicações que não foram atendidas pelo governo Marcio Lacerda. E, para 2012, iremos começar fortalecidos. Vamos antecipar a campanha salarial de 2012 para novembro de 2011, porque muitos pontos foram deixados para trás. Portanto vamos iniciar nossa campanha 2012 ainda mais fortes e unidos do que nunca para garantir a conquista de nossos direitos.

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