Por que não haverá Frente de Esquerda em BH?
Carta
aos Movimentos Sociais de BH - O PSTU iniciará debate para a construção de um
programa dos trabalhadores para BH
As
eleições municipais estão se aproximando e será mais um momento de disputa entre
projetos políticos. De um lado os poderosos divididos entre as candidaturas do
prefeito Marcio Lacerda e as da oposição de direita expressa pelos partidos
PMDB, PV e PDT. Todos eles em alguma medida apoiados por Anastásia e Dilma e
financiados pelas empreiteiras, por banqueiros, empresários do transporte
coletivo, dentre outros.
Pelo
campo dos trabalhadores sairemos divididos, pois infelizmente não logrou a
formação da Frente de Esquerda.
Queremos
expressar através desta carta as razões da divisão e a proposta que o PSTU irá
encaminhar a partir desta realidade.
Desde
2011 vimos fazendo um chamado ao Psol e PCB pela construção de uma Frente de
Esquerda com um programa classista e socialista para enfrentar Márcio Lacerda e
demais candidatos burgueses nas eleições municipais.
Inicialmente
os companheiros do Psol e PCB receberam bem esta proposta, colocando que havia
realmente a necessidade da Frente, mas nos pediram que esperássemos até que eles
tivessem uma definição interna a este respeito para que pudéssemos voltar a
conversar.
Somente em
março de 2012 é que os companheiros nos deram um retorno a este respeito, e
surpreendentemente nos disseram que já tinham uma aliança eleitoral fechada
entre si, Psol e PCB, e justificaram a nossa exclusão afirmando que o PSTU já
havia lançado a candidatura de Vanessa Portugal para prefeita (o que não
ocorreu). Disseram-nos que a partir disso cada um deveria seguir o seu caminho,
pois não haveria mais possibilidades de uma frente conosco.
Através de
uma carta às lideranças dos movimentos sociais, reafirmamos que o nome de
Vanessa estava à disposição e dissemos que a questão do nome a encabeçar a
Frente poderia ser definido em um fórum democrático dos movimentos sociais.
Insistimos com a proposta da Frente e através da movimentação de algumas
lideranças, em especial o Movimento Pró-Frente, e diante disso tanto Psol como
PCB concordaram em realizar novas reuniões, mas em todas elas disseram que a
possibilidade da frente era pequena, pois já estavam com uma aliança
Psol-PCB-PCR em andamento, e não demonstraram disposição de realizar um encontro
democrático dos movimentos sociais para definição das candidaturas.
Posteriormente,
os companheiros avançaram em seus encaminhamentos, já definindo os nomes para
encabeçar sua aliança. Fizeram duas reuniões públicas e estão constituindo
organismos, como coordenação, equipe de programa, de finanças, etc.
Na
última reunião com as lideranças do Movimento Pró-frente na qual estávamos
presentes reafirmaram com todas as letras que "as definições já estavam
tomadas", "que a cabeça de chapa é importante para o Psol" e que "se o PSTU
quiser poderia aderir à frente e lançar candidatura proporcional".
Infelizmente
chegamos então a um limite intransponível, pois a unidade eleitoral requer
abertura para o diálogo e para o entendimento, postura diametralmente oposta a
que os companheiros do Psol e do PCB assumiram até o momento.
Sendo
assim, a nossa conclusão é que infelizmente não há mais possibilidade de uma
frente de esquerda em BH, já que os companheiros não demonstraram disposição de
discutir e definir as questões fundamentais conosco e com os demais movimentos,
nos colocando como únicas opções a adesão pura e simples ou o lançamento de uma
candidatura própria.
Queremos
agradecer a todas as lideranças que compreenderam o momento atual e a
necessidade da unidade nas eleições e se somaram a este esforço pela construção
da frente e dizer que a luta nossa enquanto povo pobre e trabalhador continuará
colocando este desafio da unidade.
A
partir deste cenário o PSTU e lideranças dos movimentos sindicais, populares e
estudantis, estarão realizando uma plenária para discussão de um programa que
resgate as bandeiras imediatas e históricas construídas pelos trabalhadores e
pelo movimento popular para as eleições de 2012.
Desde
já fazemos um convite aos ativistas e lideranças a virem a construir conosco uma
alternativa de esquerda e socialista para governar BH. Será dia 31 de
maio, quinta-feira, às 18h no Sind-Rede (Av. Amazonas, 491,10º andar,
centro). Todos os lutadores e lutadoras estão convidados.
PSTU
Partido
Socialista dos Trabalhadores Unificado
Belo
Horizonte, 24 de maio de 2012.
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