Juíza de São José desrespeita ordem superior e determina a reintegração de posse
Duas pessoas morrem na operação da Polícia
A Polícia Militar desatou uma operação de guerra contra os moradores da Ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).
Por determinação do Governador Geraldo Alckmin (PSDB), dois mil homens da PM invadiram a Ocupação Pinheirinho na madrugada, apesar da reintegração de posse estar suspensa por decisão da Justiça Federal.
Os moradores foram brutalmente atacados, muita gente foi ferida e dezenas de moradores foram presos.
Temos denuncias de que pelo menos duas pessoas mortas no ataque da Polícia, uma delas um jovem que passava nas proximidades da ocupação.
Numa verdadeira carnificina, como numa operação de guerra, foram utilizados ainda efetivos da ROTA, da tropa de choque, da guarda municipal e dois helicópteros ÁGUIA na ação da Polícia.
A população resiste e há conflitos ainda nos bairros próximos ao Pinheirinho.
Manifestantes contrários à desocupação do Pinheirinho ocuparam a Rodovia Presidente Dutra, no km 154, sentido SP-Rio, em São José dos Campos (em frente à Johnson & Johnson). Cerca de 300 pessoas participam da manifestação. O trânsito permanece fechado.
O advogado dos moradores, Toninho Ferreira, nos relata que a “a ação da Polícia é completamente irregular, uma ação covarde, pois a reintegração foi suspensa na sexta-feira (20)pela Justiça. Um oficial de Justiça compareceu aqui e foi solenemente ignorado pelos oficiais do comando da PM”.
A responsabilidade da ação, portanto, é do governador Geraldo Alckmin, do PSDB.
Na verdade, os 2.000 homens armados que promovem a desocupação, estão a serviço dos especuladores imobiliários e do prefeito Cury, que governa para os ricos e poderosos, que chegou a dizer que a desocupação era necessária porque o terreno é muito valorizado e não é lugar de pobre morar.
O membro da CSP-Conlutas, Zé Maria, se encontra no local e relatou os abusos da desocupação. “A ação da Polícia, na verdade de um bando armado a serviço do capital imobiliário, está sendo feita num domingo, em desrespeito a uma decisão da Justiça federal e não poderia ser executada. Esse precedente é muito grave, pois não vamos aceitar que o direito a moradia seja desrespeitado, ainda mais quando amparado por uma decisão, mesmo que provisória, da Justiça”, ressaltou.
Para a CSP Conlutas a ação da polícia, em conluio com os governos estadual e municipal, demonstra, mais uma vez, os compromissos dos governos do PSDB com a burguesia desse país. Sequer o Poder Judiciário foi respeitado pelo governador, a quem cabe a decisão numa operação dessa envergadura.
A resistência dos moradores é, portanto, legal e legítima.
O Governo Federal declarou seu interesse em resolver o conflito pacificamente.
A desapropriação do terreno pelo Ministério das Cidades é a medida necessária para que o direito à moradia seja assegurado à população do Pinheirinho.
O governo Alckmin e a juíza que manteve a desocupação, mesmo com uma liminar impedindo a execução da ordem de despejo, são os responsáveis pelas duas mortes e pelas centenas de pessoas feridas nesse verdadeiro massacre promovido pelas forças repressoras do estado.
Fonte: CSP/CONLUTAS
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