Internacional
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Haitianos vêm ao Brasil reforçar campanha pela retirada das tropas da ONU do país caribenho
.Haitianos vêm ao Brasil reforçar campanha pela retirada das tropas da ONU do país caribenho
Uma delegação de três haitianos visita o Brasil na próxima semana, com o objetivo de reforçar a campanha internacional pela retirada das tropas de ocupação da Organização das Nações Unidas – ONU do Haiti e denunciar a situação de carência, pobreza extrema e falta de soberania em que vive o país mais pobre das Américas. O Haiti possui 80% da sua população vivendo abaixo da linha da pobreza, com uma expectativa de vida de apenas 51 anos. .
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No dia 16/6, os haitianos comparecem à audiência pública promovida pelo Senado Federal para discutir os cinco anos da participação brasileira na Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti – Minustah. Ainda nessa data, eles se reunirão com membros do Itamaraty. No dia 17/6, a delegação participará dos protestos promovidos pelos servidores públicos federais brasileiros contra o PLP 092/2007, que cria as fundações estatais. De 18 a 25/6, eles se dividem e partem para participar de atividades diversas em todas as regiões do país.
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Luta e repressão - Carole Pierre Paul-Jacob, dirigente da organização Solidariedade das Mulheres Haitianas – SOFA, Frantz Dupuche, membro da Plataforma Haitiana em Defesa de um Desenvolvimento Alternativo – PAPDA e Didier Dominique, membro da Central Sindical e Popular Batay Ouvriyer, chegam ao Brasil em um momento complicado da luta dos trabalhadores haitianos por melhores condições de vida e trabalho.
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Ao mesmo tempo em que contabilizam exatos cinco anos da ocupação do país, os haitianos saem às ruas para pedir o reajuste do salário mínimo vigente, congelado desde 2003. No dia 4/6, dezenas de estudantes universitários foram presos ou ficaram feridos, e um deles foi baleado na cabeça, durante manifestações na capital do país. Os tiros partiram da Polícia local, e também da Minustah.
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“A ocupação do Haiti, desde 2004, sob o comando das tropas brasileiras, só tem agravado a situação de extrema miséria e repressão em que vive o povo haitiano. Por isso, nós, brasileiros, não podemos nos furtar de apoiá-los na luta contra a retirada das tropas da ONU daquele país”, afirma o 1º vice-presidente do ANDES-SN, Antônio Lisboa, que esteve no Haiti, ao lado de outros companheiros da Conlutas, representando os trabalhadores brasileiros, durante as atividades do 1º de Maio, o Dia do Trabalhadores.
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Reajuste salarial - Dirceu Travassos, dirigente da Conlutas, conta que a repressão policial no Haiti piorou muito nos últimos dias, em função dos protestos pelo aumento dos salários. Segundo ele, o salário-mínimo haitiano vale, hoje, 70 gourdes, o equivalente a U$ 1,7 diários, ou menos do que R$ 100 por mês. O valor é o mesmo pago desde 2003, quando houve o congelamento.
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Entretanto, o custo de vida no Haiti vem subindo muito, principalmente após 2007. E é a própria legislação trabalhista haitiana que prevê que, caso a inflação ultrapasse 10%, o valor do salário-mínimo tem que ser reajustado. Dessa forma, com a pressão popular, o parlamento haitiano aprovou, em abril passado, uma lei que aumenta o mínimo para 200 gourdes, ou U$ 4 por dia, ou ainda, menos de R$ 200 por mês.
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As manifestações que têm ocorrido no país são justamente para que essa Lei entre em vigor, embora os trabalhadores reconheçam que o valor fica aquém do necessário para recuperar o poder de compra verificado há 15 anos. O ideal seria entre 550 e 600 gourdes diários. Ainda assim, o presidente do Haiti se recusa a promulgar a Lei.
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Por Najla Passos
Por Najla Passos
ANDES-SN
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