segunda-feira, 30 de junho de 2014

Trabalhadores em Educação vão ao Ministério Público denunciar conduta anti-sindical do prefeito Marcio Lacerda - 30/06/2014

Atendendo o chamado da Diretoria Colegiada do Sind-REDE/BH os Trabalhadores em Educação estiverem no Ministério Público Estadual com o objetivo de denunciar a conduta anti-sindical do Prefeito Marcio Lacerda, ao desrespeitar o artigo 3º da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho, pois a PBH não pode praticar ações que visem obrigar uma entidade sindical a desrespeitar as instâncias democráticas previstas em seu estatuto e, nem tão pouco levar seus associados a questionarem a legitimidade da mesma. Foi registrado no dossiê entregue ao Promotor Dr. Eduardo Nepomuceno que o corte do pagamento significará penúria para os trabalhadores, pois trata-se de um dano de difícil reparação, uma vez que — quanto ao corte remuneratório — se trata de uma verba de caráter essencial para a sobrevivência desses trabalhadores e seus dependentes.
 
Na oportunidade, também foram entregues mais de 12 mil assinaturas em apoio ao Ministério Público que solicitou a cassação dos direitos políticos de Marcio Lacerda, ao todo já são mais de 22 mil assinaturas recolhidas pelo Sind-REDE/BH
 
ENCAMINHAMENTOS:
 
* Tentativa de antecipação de uma reunião com a Promotora Estadual de Defesa da Educação, Drª Maria Elmira, para amanhã (01º/07). Já temos uma agenda para o dia 03/07.
 
* 02/07 às 13h30: Ida de uma comissão de Trabalhadores em Educação na Comissão de Educação da Câmara Municipal  para denunciar a corte de ponto anunciado pela PBH.
 
* Estudo jurídico para tentar evitar o corte de ponto.
 
*02/07 às 14h: Reunião no Sind-REDE/BH com entidades dos Movimentos Sociais e Sindicais para elaboração de Manifesto em apoio aos Trabalhadores em Educação e contras as atitudes anti-sindicais do prefeito Marcio Lacerda. 
 
Acesse aqui o Ofício 054/2014 protocolado no Ministério Público Estadual

Fonte: Sind-Rede/BH

Abaixo, algumas imagens do Prof. Paulo Euler
 
 
 
 
 






sábado, 28 de junho de 2014

Avaliação e encaminhamentos sobre a Nota da PBH oficializando o corte de ponto

Olá a Todas e Todos,

Primeiro quero dizer que dirigente sindical do Sind-Rede/BH é trabalhador em educação. Estou no cargo de Professor Municipal, exercendo a função de Coordenador Pedagógico do 2º ciclo, no turno da manhã. Não tenho liberação sindical e não tenho dois cargos. No turno da tarde procuro exercer a atividade sindical nos diversos fóruns e eventos. Nenhum dirigente sindical recebe salário a mais pelo Sind-Rede/BH, recebemos o mesmo salário dos demais servidores da educação, de acordo com os diversos níveis. 

Minha companheira também é da Rede Municipal e ocorrendo o corte de salário, nós dois passaremos por dificuldades financeiras, assim como aquelas(es) que participaram da greve, seja desde o início seja por alguns dias. Em nosso caso será desde o início das paralisações.

Fiz essa introdução com o objetivo de explicar que temos a mesma angústia e sofrimento declarados por telefone, emails e redes sociais.

Lembro também que quando fiz a defesa na Assembleia da Educação, pela maioria do Comando de Greve, que a continuidade da greve poderia significar uma ofensiva (possível corte de ponto) por parte da PBH fui muito criticado por ter falado isso. Hoje não temos mais dúvidas da ofensiva desse governo, mesmo que seja ilegal e arbitrária tal ação.

Esse ataque do prefeito Marcio Lacerda não é à toa, somos o setor mais combativo e de oposição a esse governo. Conseguimos entregar para o Ministério Público mais de 10 mil assinaturas de apoio à cassação dos direitos políticos desse prefeito, conseguimos desgastá-lo internacionalmente com o acampamento e o velório, além de conseguirmos obrigá-lo a se comprometer com a ampliação do tempo de planejamento e a melhorar a carreira do Educação Infantil, tendo como parâmetro a carreira do Professor Municipal.

A Nota da PBH tem um objetivo: fazer a nossa entidade sindical se curvar ao governo e criar uma descrença de Todas(os) as(os) Trabalhadoras(es) em Educação com o movimento sindical e o movimento grevista. Eles sabem que a nossa Assembleia do dia 11/06, diferentemente dos últimos 10 anos, terminou de forma unida e fortalecida pelo dever cumprido até aquele momento.

Contradições da nota:

"Ao não esclarecer sua posição, ficou patente a intransigência do Comando de Greve, mesmo com parte dos representantes dos professores deixando claro que o aceite do reajuste salarial, com o consequente fim da greve, já era um assunto superado e que o foco de negociação estaria agora então direcionado ao tempo destinado ao planejamento das aulas e sobre a avaliação da carreira dos professores para a Educação Infantil" (grifo nosso).

A PBH já sabe que o nosso foco está voltado para a ampliação do tempo de planejamento, pois se comprometeram a dar uma resposta até o dia 07 de julho. 

"b) serão descontados nos contracheques do mês de junho/2014, a serem entregues em julho/2014, os valores correspondentes aos dias de paralisação dos servidores e empregados públicos da Educação que participaram do movimento grevista, podendo o pagamento ser efetuado ainda no mês de julho caso o SIND-REDE aceite a proposta da PBH, decretando de forma clara o término da greve e pactue imediatamente com a Secretaria Municipal de Educação calendário de reposição desses dias de paralisação das aulas" (grifo nosso).

O desconto anunciado não se justifica, visto que não existe mais greve, vamos retornar às aulas no dia 14 de julho, pois o governo fez a opção de impor um calendário de recesso, acatando o calendário da FIFA. A greve que foi suspensa em nossa Assembleia (11/06), além não ter sido considerada ilegal.

Se aceitarmos a exigência da nota da PBH seremos obrigados a sentar imediatamente com a Smed/BH para pactuar o calendário de reposição. Lembro que a nossa Assembleia aprovou o seguinte: "a assembleia se posicionou contrária à reposição das aulas durante o período de recesso e aguardaremos a assembleia do 18/07 para nova posição sobre o assunto".

Estamos num momento de EXCEÇÃO, em que a PBH quer que a nossa entidade passe por cima de uma decisão aprovada numa instância superior estatutariamente. Além tentar nos curvar a uma imposição arbitrária e ilegal. 

A Diretoria Colegiada depois de muito debate e reflexão deliberou o seguinte:

* Convocar uma Assembleia Extraordinária dia 10 de julho, às 14h, na Praça Afonso Arinos;
* Convocar o Comando de Greve ampliado dia 10, às 9h, no Sind-Rede/BH
* Convocar a categoria no dia 30 de junho (segunda-feira), às 14h, para irmos ao Ministério Público oficializarmos uma denúncia contra o Prefeito Marcio Lacerda, diante de sua atitude anti-sindical e ilegal ao anunciar o corte de ponto sem respaldo algum (um ônibus sairá da Praça da Estação, às 13h);
* Divulgar para a imprensa o descumprimento de acordo por parte da PBH.

Precisamos, mais do que nunca, do apoio e confiança de Todas(os) Trabalhadoras(es) em Educação da RME/BH.

Quem está nos acompanhando, sabe que sempre inserimos as informações que tínhamos (boas ou ruins). Seria importante que quem começou agora leia o nosso histórico na página do https://www.facebook.com/coletivo.fortalecer.

Ps.: Alguém pode perguntar porque não convocamos uma extraordinária para essa semana. Pois bem, não podemos confiar nesse governo, principalmente porque dia 7 de julho ficaram de responder qual será proposta sobre a ampliação do tempo de planejamento. Aceitar a proposta, não significa que o governo pagará uma Ordem de Pagamento (OP) em até 5 dias após o pagamento oficial como disseram por telefone. Não registraram isso na nota que escreveram. Não podemos confiar em informações que não estejam oficializadas, conforme deliberação de nossa Assembleia da Educação.

Um abraço,
Wanderson Rocha

domingo, 22 de junho de 2014

Opinião no Jornal Super Notícia - 22/06/2014

Alô redação - Paralisação -  Super Notícia - Belo Horizonte - MG -  2 -  306.507 - Domingo, 22 de junho de 2014



sábado, 21 de junho de 2014

Informativos do Sind-Rede/BH - 21/06/2014

Olá a Todas e Todos,


Resolvi organizar os principais informes do Sind-Rede/BH para que possamos acompanhar cada passo dado pela Diretoria Colegiada. Mais do que nunca temos que manter a serenidade diante das ameaças do prefeito Marcio Lacerda. 

Para refletirmos: Dividir para reinar!

A PBH produz, através da imprensa, a divisão entre as(os) Trabalhadoras(es) em Educação da RME/BH com o propósito de gerar a desconfiança de uma entidade que conseguiu construir uma aliança tão poderosa que conseguiu desafiar o poder estabelecido e cristalizado dentro da Smed/BH.

Um abraço,
Wanderson Rocha

Clicar nos títulos para acessar a informação:








sexta-feira, 20 de junho de 2014

Opinião no Jornal OTempo - Click - 20/06/2014

Click - Veículo: O Tempo - Belo Horizonte - MG - Caderno: 1º Caderno - Página: 22 - Tiragem: 49.273 - Publicada: Sexta-feira, 20 de junho de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Comunicado da Diretoria Colegiada do Sind-Rede/BH - 18/06/2014

A Diretoria Colegiada do Sind-REDE/BH respondeu o ofício encaminhado pelo Secretário Municipal Adjunto de Recursos Humanos, Gleison Pereira de Souza, às 19h (18/06/2014). O ofício que recebemos chegou por volta das 15h. O PROJETO DE LEI AINDA NÃO FOI ENCAMINHADO para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, logo vamos aguardar resposta do nosso ofício até amanhã (19/06). Por parte do Sind-REDE/BH "sempre houve seriedade na interlocução junto ao Governo e que nestes anos todos de atuação sindical nunca aceitamos e nem aceitaremos nenhuma chantagem ou ameaça da parte de governos. Nesse sentido, contamos com o bom senso deste governo a fim de não se criarem tensionamentos desnecessários".

domingo, 15 de junho de 2014

Junho 2013, um ano depois: os três campos em que se dividiu a esquerda

Valerio Arcary
“A desordem que produz um atentado terrorista nas fileiras da classe operária é muito mais profunda. Se para alcançar os objetivos basta armar-se com uma pistola, para que serve esforçar-se na luta de classes? Se um pouco de pólvora e um pedaço de chumbo bastam para perfurar a cabeça de um inimigo, que necessidade há de organizar a classe? Se tem sentido aterrorizar os altos funcionários com o ruído das explosões, que necessidade há de um partido? Para que fazer passeatas, agitação de massas, eleições, se é tão fácil alvejar um ministro desde a galeria do parlamento? Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão. Os profetas anarquistas da “propaganda pelos fatos” podem falar até pelos cotovelos sobre a influência estimulante que exercem os atos terroristas sobre as massas. As considerações teóricas e a experiência política demonstram o contrário. Quanto mais “efetivos” forem os atos terroristas, quanto maior for seu impacto, quanto mais se concentra a atenção das massas sobre eles, mais se reduz o interesse das massas por eles , mais se reduz o interesse das massas em organizar-se e educar-se. Porém a fumaça da explosão se dissipa, o pânico desaparece, um sucessor ocupa o lugar do ministro assassinado, a vida volta à sua velha rotina, a roda da exploração capitalista gira como antes: só a repressão policial se torna mais selvagem e aberta. O resultado é que o lugar das esperanças renovadas e da excitação artificialmente provocada vem a ser ocupado pela desilusão e a apatia.” (Leon Trotsky. Por que os Marxistas se Opõem ao Terrorismo Individual?)
Foi no dia 6 de junho que tudo começou com a convocação pelo Movimento pelo Passe Livre de uma manifestação contra o aumento de tarifa dos ônibus em São Paulo. Um ano depois de junho de 2013 podemos ter uma percepção retrospectiva do que fez a grandeza, mas, também, a fraqueza das manifestações. E podemos avaliar melhor as diferenças que apareceram na esquerda no calor dos acontecimentos.   Três campos se definiram: (a) de um lado, as forças que defendiam o caminho da continuidade das mobilizações de Junho com dois desdobramentos, o fortalecimento da auto-organização juvenil-popular, e a união com o movimento operário organizado, e trabalharam pela proposta de um dia de greve geral em 11 de julho e 30 de agosto; (b) de outro lado, os que se alinharam com a fórmula da Constituinte Exclusiva pela Reforma Política, formulada pelo governo Dilma; (c) por último, mas não menos importante, aqueles que se entusiasmaram com as iniciativas da tática dos Black Blocs e a agitação por atos de destruição simbólica.
Não fosse bastante o balanço demolidor da experiência ao longo do último ano, o argumento de Trotsky na epígrafe é suficiente para ajudar a compreender o perigo da tática dos Black Blocs. A obcessão pela destruição de vitrines e ataques contra os caixas automáticos dos bancos foram o pretexto usado pelos governos para uma repressão cada vez mais violenta que teve consequências para a continuidade do movimento. Nunca saberemos em que medida exata, mas teve. Já as sequelas deixadas pela aventura substitucionista ficaram escancaradas depois do episódio da morte do cinegrafista no Rio de Janeiro em fevereiro que, se não foram irreparáveis, foram muito graves.
Desde fevereiro, felizmente, uma onda de lutas se iniciou com enormes ocupações como as do MTST em São Paulo, greves como a dos garis e do COMPERJ no Rio de Janeiro, rodoviários em Porto Alegre, protestos de populações indígenas diante do Congresso Nacional e, finalmente, as greve dos motoristas, professores municipais, e dos metroviários em São Paulo, entre outras. Veremos nas próximas semanas se ocorrerão ou não manifestações de massa importante durante a Copa.
Ao longo deste ano, o período aberto por Junho conheceu, portanto, diferentes conjunturas. O governo conseguiu uma recuperação relativa entre setembro e janeiro de 2014. Não seria justo dizer que esta recuperação deve ser atribuída, essencialmente, às forças que defendem a campanha pela Constituinte Exclusiva. Muitos outros fatores explicam variações na relação de forças entre as classes e as flutuações de humor entre os trabalhadores. Entretanto o que sim podemos dizer é que a campanha pela Constituinte não acumulou forças para lutar.
Isso não deveria nos surpreender. Independentemente das intenções, o destino da campanha pela Constituinte foi desviar do governo o mal estar social. E além de poupar o governo, chocou com a dinâmica de auto-organização que nasceu de Junho.  A premissa de que a delegação das decisões a “especialistas” da política escolhidos nas urnas é mais democrática do que a decisão em assembleias com participação popular é, a cada dia, mais indefensável. A política para profissionais da política agoniza em graus variados na maioria dos regimes democráticos liberais. Uma crescente abstenção demonstra de forma devastadora o mal estar da maioria com as instituições do regime de democracia para os monopólios.
Da grandeza de Junho, muito já foi escrito. Pelo menos dois milhões de pessoas, a partir do dia 17 de junho, em quatro centenas de cidades com manifestações de rua de exuberante radicalidade, foi algo magnífico e, totalmente, inusitado no Brasil.
Em primeiro lugar, pela espontaneidade autêntica que só as mobilizações que encontram eco profundo na consciência de milhões pode alcançar. Mas sobre as debilidades de junho não surgiu um consenso na vanguarda ampla que esteve à frente da convocação através das redes sociais na internet. A maior fragilidade de junho é que não deu origem a novas organizações, superiores às existentes. Fortaleceu as existentes, é verdade. Mas não aconteceu um processo qualitativo na reorganização dos movimentos que vem desde 2003/04. O que a história das lutas populares sugere é que sem organização não é possível avançar na luta por um programa.
As Diretas em 1984 tinham os três maiores governos estaduais do Brasil, liderados por Franco Montoro, Leonel Brizola e Tancredo Neves impulsionando a preparação dos comícios, além do PT e uma parcela da Igreja Católica. O Fora Collor foi articulado pela UNE, mas após a explosão da manifestação em São Paulo, dia 11 de agosto de 1992, conseguiu convencer a direção do PT de que era incontornável a saída às ruas, que Lula e Mercadante temiam, porque receosos de serem acusados de golpistas. Quércia, o padrinho de Fleury, esteve no comício do Anhangabaú em setembro de 1992.
Em ambos os processos, os maiores da história política do país, além da esquerda, frações burguesas dissidentes que tinham presença importante no aparelho de Estado, convocaram às ruas. Claro que existiu, também, tanto nas Diretas como no Fora Collor, intensa espontaneidade que correspondia a uma vontade política. Nenhum aparelho político pode colocar, se depender somente de sua influência, milhões de pessoas às ruas. Se não estiver apoiado em um processo objetivo de experiência política que tenha deslocado a consciência média dos trabalhadores e do povo. Tanto em 1984, quanto em 1992 a espontaneidade foi em escala inferior às Jornadas de Junho de 2013. E o peso dos aparatos nas Diretas e no Fora Collor foi, incomparavelmente, maior. Junho, em comparação, foi acéfalo.
Esta acefalia relativa foi expressão da força de Junho, mas também da sua fraqueza. Não existiu organização à altura da mobilização durante as semanas de lutas que Junho abriu. Tampouco depois se conseguiu avançar em organização independente. Se refletirmos em perspectiva histórica, esta debilidade parece significativa. As principais mobilizações políticas do século XX em escala mundial, especialmente as urbanas, conheceram as mais variadas formas de auto-organização desde o início. Em junho nasceram experiências fantásticas de assembleias de ativistas no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Porto Alegre, mas foram fugazes. Os obstáculos que foram colocados no caminho destas experiências remetem ao debate de estratégia: qual é o caminho para transformar pó Brasil? Como abrir uma via para a revolução brasileira?
O tema da auto-organização sempre foi muito polêmico na esquerda mundial, em função da perspectiva estratégica que as suas diversas componentes alimentavam em relação à democracia e à revolução. Claro que, se as principais forças políticas que são reconhecidas pelas massas como seus porta-vozes, e nas quais os trabalhadores depositam a sua confiança, como o PT, e a CUT, convocam o povo a confiar nas instituições do regime, seja porque elogiam a lisura das eleições, e recomendam paciência até ao próximo sufrágio, seja porque defendem as instituições, os parlamentos, os tribunais, etc… o processo é mais difícil.
A proposta de uma Constituinte Exclusiva por uma reforma política aprovada pelo MST e pelas organizações que se articulam em torno de iniciativas da Consulta Popular, inclusive a esquerda do PT, embora pareça crítica ao governo Dilma, se inscreve, infelizmente, nessa perspectiva diversionista. Diz-se que uma proposta é diversionista, ou seja, cria uma diversão, quando o seu conteúdo desvia a onda de choque da mobilização popular do confronto que ela, originalmente, tinha. Em poucas palavras, o objetivo deste projeto foi, desde o início, afastar o confronto de junho do choque com os governos liderados pelo PT, para poupar Dilma e Hadadd do desgaste.
Não por acaso essa proposta foi articulada, na raiz, dentro do PT e, depois, no Palácio do Planalto. Sua intenção clara era desviar para um beco sem saída um processo de luta que tinha como motor um questionamento que possuía, potencialmente, um conteúdo de classe: para onde deve ir o dinheiro público? Um beco sem saída porque um processo eleitoral para uma Constituinte Exclusiva – uma reforma do regime realizada por dentro do regime – não pode ser feita pelas forças que defendem a atual ordem política e social. Nasceu, portanto, estéril, condenada.
Nessas condições de luta política pós-junho, a desconfiança das massas em relação ao governo avançou muito mais lentamente do que seria possível. Os trabalhadores e a juventude ficaram dependendo, em grande medida, de sua própria experiência para retirar lições sobre as possibilidades de conquistar as mudanças que desejam pelas lutas. Isso porque, não tem sido incomum no Brasil como no Egito da Praça Tahrir, ou na Espanha da Puerta del Sol, uma perda relativa da governabilidade sem que, simultaneamente, tenham sido construídos órgãos de unidade na ação que expressem a nova correlação de forças.
Não obstante, quando as esperanças desmoronam, quando não lhes resta outro caminho senão a sua mobilização, quando se descobrem exasperadas pela impossibilidade de que as instituições resolvam as suas demandas, as massas avançam na construção dos organismos independentes, ou atribuem novas funções às suas organizações pré-existentes.
Esses organismos nascem da urgência de tarefas que não podem ser mais adiadas. Impulsionados pela força das reivindicações mais sentidas, correspondem à necessidade de resolver problemas inadiáveis (desde o abastecimento nos cordões industriais chilenos, por exemplo, até o controle da produção contra o lockout na revolução portuguesa). Por isso, a experiência com a democracia direta, surge como uma resposta das massas ao fracasso da democracia representativa e indireta, e de uma vontade de controlar elas mesmas as decisões que as afetam, assim como de um aprendizado de que é necessário controlar os seus líderes. As massas não procuram a democracia direta e os organismos de auto-organização porque gostem do exercício da políticaSó o fazem quando perderam a esperança de que, por alguma outra forma, possam mudar as suas vidas e conquistar as suas reivindicações. Junho de 2013 foi só um ensaio geral do que ainda está por vir.

sábado, 14 de junho de 2014

Abertura da Copa é marcada por protesto, repressão e vaias contra a presidente Dilma

13/06/2014 - 


Neste 12 de junho, dia da abertura da Copa no país,  trabalhadores e entidades dos movimentos sindical,  social e estudantil protestaram contra as injustiças e gastos exorbitantes com o megaevento. A insatisfação não foi mostrada somente nas ruas, mas também dentro do estádio. A presidente Dilma Rousseff, que esteve presente no jogo de abertura, foi vaiada pelos torcedores.

Repressão –  Em muitas capitais, os atos foram marcados pela repressão e violência do Estado que impediu o livre direito de manifestação. A tropa de Choque e o aparado policial foram acionados  e mais uma vez agiram com extrema truculência.

Em São Paulo, cidade onde foi realizada a abertura da Copa, a manifestação convocada na quadra do Sindicato dos Metroviários, cujo caráter também foi em solidariedade aos 42 demitidos pelo Metrô, foi marcada pela violência policial que cercou o Sindicato e impediu que os manifestantes saíssem em passeata. Em Belo Horizonte e Rio de Janeiro também houve repressão.

Dessa truculência não escaparam nem os jornalistas. Duas correspondentes  na CNN ficaram feridas durante confrontos entre manifestantes e policiais em São Paulo, um jornalista do Opinião Socialista teve as duas mãos contundidas e um jornalista da Reuters sofreu traumatismo craniano em Belo Horizonte.

Pelo mundo - Os protestos ganharam repercussão internacional com destaque para a repressão exagerada às manifestações. A solidariedade internacional aos manifestantes do Brasil também foi registrada na  Grécia e manifestantes estendem faixa em apoio à luta dos trabalhadores daqui.
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Atos pelo país - A CSP-Conlutas esteve presente nos atos pelo país e reafirmou a disposição dos trabalhadores em mostrar que na Copa Vai Ter Luta.

Confira os informes dos atos que chegaram até o momento:

São Paulo – A manifestação de São Paulo reuniu 2 mil pessoas, e teve como organizadores a CSP-Conlutas, as entidades do Espaço de Unidade de Ação que reúne mais de cem entidades, e contou também com dezenas de movimentos da juventude e populares. O ato “Na Copa vai ter Luta” incorporou entre suas bandeiras a campanha pela readmissão dos metroviários demitidos em São Paulo.


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A atividade, totalmente pacífica, sofreu descabida repressão policial. Já no início, às 10h, havia encurralado os manifestantes na frente do Sindicato e, por volta do meio dia, tentou dispersar o ato com bombas de gás lacrimogêneo.

O manifestantes se abrigaram na quadra do Sindicato, entretanto, se viram sitiados dentro da entidade. Um acena só vista em período de ditadura militar.

Como se isso não bastasse, foram obrigados a deixar o Sindicato em seguida sob ameaça de invasão da PM.

Aracaju (SE) - Em Sergipe, dia 12 de junho, entidades dos movimentos sociais denunciam injustiças da copa.Trabalhadores e estudantes, servidores técnicos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e petroleiros, fizeram atos simbólicos para conscientizar e dialogar com a população.

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Sindipetro AL/SE

Logo cedo, pela manhã, os estudantes ativistas da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL), que fazem parte do coletivo “Pra Fazer Diferente”, estenderam na passarela do Detran uma faixa de sete metro com a seguinte frase: “Quem torce pelo Brasil  luta pela educação. NA COPA VAI TER LUTA!

Na categoria de petroleiros também teve mobilização, na sede da Petrobras na Rua Acre, em Aracaju e na Petrobras em Carmópolis. Com um carro de som na porta da empresa e panfletos, os petroleiros da direção do Sindipetro AL/SE alertavam os demais trabalhadores para além das injustiças da copa.

Na praça General Valadão, além dos estudantes e dos petroleiros, também estavam presentes os servidores técnicos da Universidade Federal de Sergipe, que estão em greve, junto com o sindicato. (Confira a matéria completa aqui).

Rio de Janeiro (RJ) – A manifestação, convocada e organizada pela Plenária dos Comandos de Greve das Categorias em Luta, reuniu 4 mil pessoas no centro da cidade. Estimulados pela greve dos Aeroviários, os manifestantes realizaram um ato de protesto contra os gastos públicos e as injustiças da Copa no centro do Rio de Janeiro.

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Foto: Rodrigo Barrenechea

Exibindo muitas faixas e bandeiras os manifestantes fecharam totalmente as duas pistas da Avenida Rio Branco e realizaram uma grande passeata em direção a Cinelândia; de onde seguiram depois para os Arcos da Lapa.

O protesto contou com a presença de ativistas e militantes da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), comandos de greve dos servidores da cultura, das universidades e colégios federais, do SINASEFE, do SEPE e a galera da ANEL-RJ e de outras entidades estudantis. Além deles, militantes do PSOL, PCB e PSTU também participaram com suas colunas.

O ato seguiu tranquilo até a chegada aos Arcos da Lapa. Quando se encaminhava para o final, policiais próximos ao carro-de-som detiveram um manifestante, dando início à confusão. Cercada por parte da manifestação a PM reagiu violentamente e dispersou a multidão a base de spray de pimenta e bombas de efeito moral. Apesar da ação violenta da Polícia Militar, que ocupou quase toda a região dos Arcos da Lapa, uma parte dos manifestantes continuou pacificamente embaixo dos Arcos da Lapa e o restante se dispersou organizadamente. (com informações da Agência Anota)


Brasília – Estudantes e trabalhadores fazem em manifestação na rodoviária do Plano Piloto. Participaram do ato Anel, CSP-Conlutas, Fasubra, Movimento Mulheres em Luta e Sinasefe.
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Fortaleza (CE) - Um protesto de trabalhadores da construção civil bloqueou o cruzamento da avenida Beira-Mar com a rua Tibúrcio Cavalcante na manhã desta quinta-feira (12). O grupo reclama dos gastos excessivos da Copa e pede mais investimentos em áreas como a saúde e educação.Outra reivindicação da categoria é o reajuste salarial de 15%, além  de cesta básica no valor de 120 reais.  (com informações do Diário do Nordeste)
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Belo Horizonte (MG)  - Cerca de 600 pessoas se reuniram na Praça Sete em protesto contra as injustiças da Copa. Participaram do ato Comitê Popular dos Atingidos pela Copa (Copac) Movimento Mulheres em Luta e CSP-Conlutas. O protesto também contou a   solidariedade aos metroviários demitidos. A manifestação que começou de forma pacifica teve final marcado pela violência policial.
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Diego Franco David
Fonte: CSP-Conlutas

quarta-feira, 11 de junho de 2014

#GREVEPBH: Boletim Nº 53 - 11/06/2014

terça-feira, 10 de junho de 2014

#GREVEPBH: Reflexão de nossa Greve na Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte.

Vitórias de nossa Greve: 
a importância dos momentos de sabedoria
Próxima Assembleia da Educação: 11/06, às 14h, na porta da PBH

Olá a Todas e Todos,

Agora é o momento de alguns apontamentos sobre a nossa Assembleia Geral da Educação (09/06). A última proposta da PBH, apresentada momentos antes de nossa assembleia, deve ser analisada tendo como comparação a penúltima, neste sentido peço que vejam a cronologia de nossa greve, que está inserida mais adiante deste texto.
Quem está acompanhando as Assembleias da Educação sabe que deliberamos alguns princípios:

ü  Não decidir os rumos do movimento grevista tendo como base propostas do governo apresentadas por telefonema;
ü  Não decidir os rumos do movimento grevista sem que haja o registro de qualquer proposta da PBH;
ü  Não decidir os rumos do movimento grevista quando a PBH apresentar uma nova proposta, momentos antes de uma Assembleia, pois todas e todos devem ter acesso ao conteúdo, para que assim possamos deliberar com calma e sabedoria, sem ter que acreditar apenas nas orientações das falas que avaliam a greve: seja pela suspensão seja pela continuidade do movimento grevista.

Tais princípios são importantes para que não possamos repetir as deliberações da greve unificada de 2013, e a experiência ocorrida com os trabalhadores da saúde. Agora é o momento de fortalecermos a nossa unidade, pois nos surpreendemos positivamente com a nossa força de organização, principalmente com o quadro de paralisação nas instituições de ensino.
Peço licença para reforçar e ampliar o que registrei sobre a análise cronológica de nossa greve para que não possamos colocar em segundo plano cada avanço de nossa luta. O discurso de que não conseguimos nada jamais deve preponderar, pois não podemos correr o risco de aproximar a nossa disposição de luta com a sensação de derrota do movimento grevista. A continuidade da greve deve ser pautada pela análise coletiva dos avanços ou não do processo de negociação, pela disposição de luta coletiva, levando-se em consideração a conjuntura do quadro de paralisação das escolas e umeis, pelo grau de radicalidade do movimento grevista, pela conjuntura política, entre outros.

Obs.: De forma alguma é o meu intuito defender neste espaço a continuidade ou não do movimento grevista. A definição do movimento grevista se dá somente em nossa Assembleia Geral da Educação, no dia 09/06/2014, às 14h, na porta da PBH.

Será muito importante a participação de Todas e Todos no Comando de Greve da Educação no dia 10/06, às 17h, no Sind-Rede/BH. O Comando de Greve é um espaço de participação e reflexão da greve que tem por objetivo apontar um direcionamento do rumo do movimento grevista para a Assembleia Geral da Educação.

Quem participa decide!

A definição sobre o movimento grevista é essencial nesta reta de decisão!

Campanha Unificada
Com todos os problemas da campanha unificada é importante salientar que foi muito importante a nossa união com os diversos segmentos da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Em conjunto, conseguimos mudar o índice de 5,56% de reajuste salarial para 7%, bem como, a proposta de R$ 18,00 do vale alimentação para R$ 18,50, e do abono a ser pago em dezembro de 2014. Além de pautarmos conjuntamente a situação das(os) Trabalhadoras(es) em Educação contratadas(os) pelas caixas escolares; da carreira da Educação Infantil; e das 7h de Planejamento das(os) Professoras(es).

Educação Infantil e Tempo de Planejamento
v  Proposta da PBH (26/05/2014)
Educação Infantil – O Plano de Carreira da Educação Infantil seria reavaliado, com uma pesquisa de salários médios pagos em outras capitais e cidades mineiras.
Tempo de Planejamento – A PBH continuava a afirmar que cumpria a Lei Federal 11.738/2008.

v  Proposta da PBH (02/06/2014)
Educação Infantil – Manutenção da Comissão de estudos para a melhoria da carreira do Professor para a Educação Infantil, que deverá ser finalizado até o final de 2014;
Tempo de Planejamento – A PBH recua do posicionamento de que cumpria a Lei Federal 11.738/2008 e propõe a criação de mais uma comissão com o objetivo de buscar formatos para ampliar o tempo dos professores dedicado às ações de planejamento.

Ocupação Afonso/Baliza (03/06/2014
A Ocupação Afonso/Baliza cumpriu uma importantíssima missão: a necessidade de resistência dentro do “coração” da Smed/BH como forma de conseguirmos naquele momento uma reunião de negociação.
Não só conseguimos a reunião de negociação como colocamos a seguinte condição: a exclusão da participação do Secretário Municipal Adjunto da Educação, Afonso Celso Renan Barbosa, que está na Smed/BH há muitos e muitos anos. Forçamos o governo a inserir a participação da Secretária Municipal de Educação, Sueli Baliza, nas mesas de negociação.

v  Depois da ocupação: Proposta da PBH (04/06/2014)
Educação Infantil: A PBH sinalizou a disposição de construir, em conjunto com o sindicato, propostas específicas para o aperfeiçoamento da carreira do professor da Educação Infantil, tendo como referência o modelo de carreira do professor municipal, a disponibilidade orçamentária do Município e o compromisso de ampliar e aperfeiçoar os serviços prestados aos cidadãos pela Rede Municipal de Ensino.
Tempo de Planejamento: A PBH passa a se comprometer a apresentar, em 15 dias, uma proposta que permita a ampliação do tempo dedicado pelos professores às ações de planejamento escolar, que será discutida e pactuada com a categoria.

v  Última proposta da PBH (09/06/2014)
À partir da solicitação do Comando de Greve da Educação a PBH agendou uma nova reunião negociação. Esta reunião teve a seguinte pauta aprovada pelo comando: Carreira da Educação Infantil; Ampliação do tempo de planejamento do professor; Reajustes: salarial e vale alimentação; Recomposição salarial para 2015 e 2016 (tendo como referência o INPC).
Recomposição salarial 2015/2016 (INPC): Foi importante pautarmos este tema, pois como não havia registro oficial de que a PBH iria praticar tal recomposição. O governo foi enfático ao dizer que não existe esta proposta, ou seja, nenhum servidor terá a garantia de uma recomposição salarial tanto em 2015 quanto em 2016.

Educação Infantil: A PBH sinalizou a disposição de construir, em conjunto com o sindicato, propostas específicas para o aperfeiçoamento da carreira do professor da Educação Infantil, tendo como referência o modelo de carreira do professor municipal, a disponibilidade orçamentária do Município e o compromisso de ampliar e aperfeiçoar os serviços prestados aos cidadãos pela Rede Municipal de Ensino. O prazo desse estudo deverá ser concluído até dezembro de 2014, com início dos efeitos a partir de janeiro de 2015. (grifo do que apareceu enquanto proposta nova)

Tempo de Planejamento: A PBH se comprometeu a apresentar, até 07 de julho, uma proposta que vise atender às 7 horas reivindicadas pela categoria, referentes ao tempo dedicado pelos professores às ações de planejamento escolar. (grifo do que apareceu enquanto proposta nova)

Reajustes (salarial e vale alimentação): A PBH reafirmou que será mantida a proposta apresentada para todos os servidores – 7% e R$ 1,50, além da proposta de abono em dezembro de 2014.

Condicionante para a proposta: A PBH registrou que a validade das propostas está condicionada ao fim do movimento grevista e à imediata desocupação do acampamento em frente à Prefeitura.

Procurei apresentar de forma cronológica a nossa greve para que possamos compreender as vitórias de nosso movimento. Agora podemos, com calma e sabedoria, definir o rumo da greve amanhã «11/06 - quarta-feira», às 14h, na porta PBH. Quem participa decide!

Nós nos surpreendemos!
Um abraço,
Wanderson Rocha

Coletivo Fortalecer