sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Novo PLANO DE SAÚDE: Mais informações



No dia 26 de janeiro, tivemos uma reunião com o corpo técnico da prefeitura para que fosse repassado às entidades sindicais algumas informações sobre o convênio firmado entre a prefeitura e a UNIMED.

No dia 9 de fevereiro, teremos reuniões de representantes onde discutiremos melhor o assunto. No entanto, adiantaremos algumas informações e comentários.

Adesão

A adesão do servidor ao plano de saúde é voluntária e pode ser a qualquer tempo. A prefeitura irá realizar uma ação concentrada e centralizada em fevereiro. Mas não fecha o prazo para adesão.

O atendimento dos servidores da ativa será no prédio da secretaria de planejamento que fica na R. Domingos Vieira, 120 , Sta Efigênia.

Só será atendido o servidor que agendar previamente pelo site www.pbh.gov.br, no linK da sala do servidor. Os aposentados serão atendidos no "BH Resolve" situado atrás do prédio central da PBH.

Tipos de planos

Terão quatro modalidades de planos e todos eles co-participativos, isto significa que além do valor mensal tem um valor a ser pago para cada procedimento.

Os valores, até que tenha algum reajuste, serão: consultas 8,00; exames 4,00; internação enfermaria 8,00 e internação em apartamento 40,00. Os valores da internação independem do número de dias que permanecer no hospital.

Quem migrar de outro plano para este fica livre da carência. Os trabalhadores que tem doença pré-existente e fizerem a adesão ao plano até 90 dias começando a contar em 1º de março (ou da data de ingresso do servidor na prefeitura) serão liberados da carência para doenças pré- existentes.

Subsídio

O servidor receberá subsídio para ele (a depender do salário e da idade) e para mais dois dependentes, no valor de 10,50. Para os outros dependentes o servidor poderá efetuar o plano, no entanto, não terá direito ao subsídio. Os pais não entram como dependentes e sim como agregados isto significa que os servidores podem fazer o plano para eles, mas, não receberão subsídio independente de ter outros dependentes ou não.

Será considerado o salário bruto para efeito de cálculo do subsídio. As pessoas presentes na reunião não souberam informar se, para o servidor com dois BMs, será ou não considerado para efeito do cálculo do subsídio o valor de um ou dois BMs e se as parcelas variáveis do salário (abonos, gratificações, etc.).

Tabelas e anexos

Para saber o valor que o servidor e seus dependentes irão pagar caso venham a aderir no plano cada servidor deve fazer uma simulação individual no site www. motivosunimed.com.br/implatacaopbh/.

Acesse as tabelas com os valores dos planos e dos subsídios, clique aqui.

Diante do exposto não poderíamos deixar de fazer alguns comentários e levantar alguns problemas:

1- A UNIMED é um consórcio de saúde privado, que foi ou é devedora do município de BH. Este convênio representa que o município estará utilizando recursos públicos para beneficiar uma empresa privada. Nossa reivindicação, votada pela categoria é que seja reconstituído um sistema de saúde próprio do servidor com atendimento hospitalar, ambulatorial e odontológico, aos moldes do que já foi o atendimento da Beprem. Afinal com os recursos que serão repassados à Unimed diretamente pela prefeitura e pelas mensalidades pagas por cada servidor possivelmente teríamos um atendimento de qualidade superior ao da Unimed.

2- A Unimed está bastante estrangulada, hoje a marcação de uma consulta pode demorar dois ou mais meses, o atendimento no pronto atendimento nos hospitais conveniados pode demorar 5 ou mais horas. Imaginem o que vai acontecer tenha mais 60 mil conveniados (número estimado considerando servidores, dependentes e agregados).

3- O valor do subsídio para boa parte dos professores será muito pequeno, principalmente se for considerado dois BMs para a base de cálculo. O valor do subsídio para a maioria dos dependentes será de aproximadamente 10,00.

4- Os valores gastos pela prefeitura com o subsídio, serão computados como despesa com pessoal, ou seja saem da mesma verba destinada ao salário.

Mais Informações - Plano Saúde PBH&Unimed


Sexta-feira, 28 de Janeiro de 2011
Ano XVII - Edição N.: 3755
Poder Executivo
Capa

PBH CRIA PROGRAMA PARA ATENDER SAÚDE DO SERVIDOR

Devido à preocupação com a saúde e o bem-estar dos servidores municipais, a Prefeitura inicia neste ano o Programa de Atenção Integral à Saúde do Servidor (Paiss), baseado nos resultados do Diagnóstico de Saúde do Servidor, realizado em 2009. O programa visa contratar um plano privado de atenção à saúde, ampliando as coberturas atualmente oferecidas e proporcionando, também, a monitoração da qualidade do serviço prestado.

Por meio de licitação pública, a Prefeitura estabeleceu contrato com a empresa Unimed-BH para ser a prestadora dos serviços de saúde aos seus servidores e dependentes. A vigência dos planos está prevista para começar no dia 1º de março, ficando os atendimentos em urgência e emergência mantidos pela Beprem até dia 28 de fevereiro por meio das clínicas odontológicas, Cliserv e Clisam.

Condições especiais

Com a implantação do Paiss, os servidores municipais poderão contar com atendimento ambula­torial, odontológico, hospitalar e obstétrico com abrangência municipal e nas urgências e emergências médicas com abrangência nacional.

De acordo com a coordenadora do Paiss, Aléxia Ferreira, o modelo adotado pela PBH qualifica a capacidade de negociação e representação da Prefeitura no contrato. “A contratação coletiva pela Prefeitura dilui os riscos financeiros e aumenta a capacidade de interlocução do bene­ficiário com a operadora dos planos, o que resulta em preços mais baixos”, garante.

Aléxia ressalta ainda que a ênfase no desenvolvimento de ações e programas de promoção e prevenção à saúde é um ganho representativo nessa ação. “Nosso objetivo é garantir melhores condições de saúde e, consequen­temente, maior qualidade de vida para os servidores” disse.

O contrato prevê ainda mais vantagens ao servidor, como valores de copartici­pação em torno de 50% menores que os praticados no mercado e um prazo de adesão sem exigência de cobertura parcial temporária três vezes maior que o garantido pela legislação em casos de doença preexistente. Outro benefício que chama a atenção é o subsídio aos planos de assistência à saúde priorizando as faixas salariais mais baixas e as faixas etárias mais altas.

Para a gerente de Registro e Pagamento de Aposentadorias, Roberta Ester Senna, o novo modelo de atenção à saúde reflete o compromisso da administração em promover a saúde do servidor público. “Acho uma grande vantagem podermos aderir ao plano com a isenção de carência e a não-observância de doença preexis­tente”, disse. Ela elogia também a iniciativa de estender a ação aos servidores aposentados. “Isso reflete a valorização daqueles que não estão mais na ativa, mas que se dedicaram por muitos anos ao serviço público”, ressalta.

Adesão

A adesão aos planos será voluntária, a partir de segunda-feira, dia 31, mediante manifestação expressa do interessado. Os servidores ativos poderão solicitar a adesão até 28 de fevereiro no 5° andar da Secretaria Municipal de Planejamento (rua Domingos vieira, 120, Santa Efigênia). É necessário agendamento prévio no site da PBH (www.pbh.gov.br), no link Sala do Servidor. Servidores aposentados poderão aderir a partir do dia 7 de fevereiro no BH Resolve. O atendimento será feito de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, sem a necessidade de agenda­mento.

Caso o servidor já possua plano de saúde da Unimed-BH há mais de 24 meses e desejar migrar para o plano contratado pela Prefeitura pode fazê-lo a qualquer tempo sem exigência de carência. São cinco os planos oferecidos, podendo o servidor optar apenas pela cobertura odonto­lógica ou por planos que incluem atendimento médico-hospitalar com obstetrícia, seja com acomodação em enfermaria ou em apartamento. Há ainda a possibilidade de inclusão de dependentes, conforme as regras do contrato.

Informações detalhadas sobre os planos, tabelas de preços, simulador e termo de adesão estão disponíveis no site da PBH, na Sala do Servidor. A Unimed-BH disponibilizou, ainda, um canal exclusivo para atendimento aos servidores municipais, esclarecendo suas principais dúvidas pelo telefone 3218-5525.

Reunião

Foi realizada na quarta-feira, dia 26, na Secretaria Municipal de Planejamento, no bairro Santa Efigênia, uma reunião com entidades representativas dos servidores e empregados da PBH. Estiveram presentes Julio de Marco (Aplena), Aluísio Cardoso de Oliveira (APTA), Paulo Roberto C. Melo (Afisa), Célio F. de S. Silva (Sinfisco), Vanessa Portugal Barbosa (Sind-Rede), Célia Lelis Moreira (Sindibel), Wilcler Diniz Almeida (representante da Assemp), Warlene Salum Rezende, Maria José Ferreira Araújo, Flávio Souza e Silva e Aléxia Ferreira (Secretaria Municipal Adjunta de Recursos Humanos) e Josué Costa Valadão, secretário municipal interino de Planejamento.

Fonte: DOM - PBH

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Por uma política de Estado para a Educação

14/01/2011

Joyce Trindade - Folha Dirigida, 13/01/2011 - Rio de Janeiro RJ 
"Os membros das camadas populares têm acesso a um ensino público básico de qualidade insatisfatória, o que faz com que, se quiserem ter acesso ao ensino superior, terão de pagar por um ensino privado igualmente de qualidade insatisfatória". Crítico e polêmico, Dermeval Saviani, uma dos grandes especialistas de Educação, fala a FOLHA DIRIGIDA sobre as perspectivas e obstáculos do novo governo para melhorar de vez a educação no país e contesta algumas medidas adotadas pelos governos estaduais e municipais nos últimos anos, como a concessão de gratificações a professores, vinculadas a desempenho. "As bonificações apenas concorrerão para acirrar a competição e enfraquecer o espírito de equipe e de colaboração entre os docentes e entre as escolas", afirma. Prestes a completar 67 anos, no dia 3 de fevereiro, Saviani tem grande experiência na área filosófica, na qual se graduou e se tornou doutor. O educador já lecionou nas principais instituições de ensino do país, como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

FOLHA DIRIGIDA - Com relação à política educacional implantada no Brasil na última década, quais os principais avanços que podem ser observados?

E não avança porque se detém no mesmo patamar estabelecido dez anos antes. Ao longo dessa década eu destacaria como avanços na educação básica a instituição do Fundeb em substituição ao Fundef em dezembro de 2006 e o lançamento do PDE em abril de 2007. Com o Fundeb, ao estender o âmbito do Fundo de Financiamento constituído com recursos orçamentários de estados e municípios vinculados à educação pela Constituição de 1988 a todos os níveis e modalidades da educação básica, deu-se importante passo para equacionar de forma mais satisfatória a questão do financiamento da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio em todo o território nacional. O PDE, por sua vez, sinalizou para um mais efetivo envolvimento da União na responsabilidade pelo desenvolvimento da Educação Básica. A singularidade do PDE se manifesta naquilo que ele traz de novo, isto é, a preocupação em atacar o problema qualitativo da educação básica brasileira, o que se revela em três programas lançados no dia 24 de abril de 2007: o "Índice de Desenvolvimento da Educação Básica" (Ideb), o "Provinha Brasil" e o "Piso do Magistério". No âmbito da Educação Superior um avanço importante foi a retomada da responsabilidade da União no que se refere ao reequipamento e à expansão das instituições federais de ensino superior, setor que havia ficado estagnado no governo FHC.

Ainda com relação à política educacional, em que pontos o Brasil não conseguiu avançar de forma satisfatória?

Inegavelmente, o ponto em que o Brasil não conseguiu avançar diz respeito à qualidade da educação em todos os níveis. Também não conseguiu avançar no atendimento quantitativo às necessidades educacionais da faixa etária correspondente ao ensino médio. Penso que há dois pontos de estrangulamento que impedem o desenvolvimento efetivo da educação brasileira. O primeiro se refere ao financiamento. Sem aumentar significativamente e de forma imediata o montante de recursos destinados à educação, os problemas de quantidade e, principalmente, de qualidade da educação brasileira não poderão se resolver. O outro ponto de estrangulamento diz respeito à questão dos profissionais da educação tanto no aspecto das condições de exercício que envolve a definição da carreira do magistério e os níveis salariais, como no aspecto da formação docente. Sem que se tomem medidas capazes de atrair os jovens mais dedicados e talentosos para a carreira docente, os problemas de qualidade da nossa educação permanecerão insolúveis.

O Brasil conseguiu manter altas taxas de acesso ao ensino fundamental (o índice está perto de 98%), mas não consegue avançar em termos de qualidade. O que falta para que nossos alunos consigam, realmente, aprender nas escolas?

Como disse anteriormente, acredito que, com professores bem formados atuando em condições dignas de trabalho e de salário, nós conseguiríamos equacionar os outros aspectos que dificultam a aprendizagem dos alunos como teorias pedagógicas que valorizam o conhecimento espontâneo e cotidiano em detrimento do conhecimento científico e sistematizado, decorrendo, daí, currículos inadequados ssim como métodos e procedimentos didático-pedagógicos equivocados.

O que deveria ser prioritário, no campo da Educação, para a presidente eleita Dilma Rousseff?

Dois pontos deveriam ser prioritários na política educacional do governo federal que agora se inicia. O primeiro configura uma condição preliminar indispensável, embora não suficiente. Trata-se da questão do financiamento da educação. Seria necessário aumentar significativamente e de forma imediata os recursos destinados à educação. Ampliar significativamente implica em elevar em pelo menos três pontos o percentual do PIB investido em educação. De forma imediata, significa que se deve evitar a prática usual de diluir a meta de elevação dos gastos ao longo do tempo, geralmente definido em dez anos. Nesse aspecto cabe constatar que, infelizmente, não estamos começando bem. Isso porque a proposta do PNE enviada pelo MEC ao Congresso Nacional prevê atingir, ao longo dos dez anos da vigência do Plano, o índice de 7% do PIB. Ora, essa meta fora fixada no atual PNE aprovado em 2001 para ser atingida em 2010. Vetada pelo então presidente FHC ela agora retorna, porém postergada para 2020. O segundo ponto diz respeito aos profissionais da educação, com ênfase na questão do magistério. Para dar efetividade ao enunciado de que os professores serão as verdadeiras autoridades da educação, conforme a afirmação da presidenta Dilma em seu discurso de posse, é necessário instituir a carreira dos profissionais da educação aumentando significativamente o valor do piso salarial dos professores e estabelecendo a jornada de tempo integral em uma única escola. Paralelamente será preciso criar uma rede pública consistente de formação de professores ancorada nas universidades públicas.

Isso é indispensável para corrigir uma grande distorção do processo de formação docente no Brasil que se constitui num verdadeiro ponto de estrangulamento de todo o sistema educacional. A referida distorção é a seguinte: a grande maioria dos docentes que atuam nas redes públicas de educação básica do país é formada em instituições particulares de ensino superior de duvidosa qualidade. Com isso a educação básica pública fica refém do ensino privado mercantilizado, sem possibilidade de resolver seus problemas de qualidade, o que aprofunda a situação iníqua de um cruzamento perverso entre as redes públicas e privadas, nos seguintes termos: os membros das camadas populares têm acesso a um ensino público básico de qualidade insatisfatória, o que faz com que, se quiserem ter acesso ao Ensino Superior, terão de pagar por um ensino privado igualmente de qualidade insatisfatória. Em contrapartida, os membros das elites têm acesso a um ensino privado básico de boa qualidade, o que lhes permite ocupar as reduzidas vagas das universidades públicas igualmente de boa qualidade. É preciso, pois, criar uma rede publica de formação docente em regime de colaboração entre a União e os estados para assegurar o preparo adequado dos professores que irão atuar nas escolas públicas de Educação Básica. Ao mesmo tempo será necessário instituir mecanismos destinados a atrair os jovens mais talentosos e dedicados para a carreira do magistério. Não vejo outro caminho para se resolver o problema da qualidade do ensino em nossas escolas de educação básica.

Na sua avaliação, qual o papel do Estado na condução da política educacional?

Política educacional, como se depreende da própria terminologia, é tarefa específica do Estado entendido em sua acepção ampla de Poder Público. Por isso é que se utiliza, também, a expressão políticas públicas para se referir às ações do Estado, o que é, na verdade, um pleonasmo porque o termo "política" já se refere à esfera pública. Assim, embora hoje em dia, no contexto da chamada concepção neoliberal que advoga o Estado mínimo haja uma tendência do Estado de abdicar de sua função propriamente pública transferindo à iniciativa privada boa parte de suas responsabilidades, entendo que essa é uma orientação que deve ser combatida. Em lugar disso cabe defender, de modo especial no caso da educação, a centralidade do Estado na elaboração e efetivação das políticas sociais.

Vários educadores defendem a federalização da Educação Básica, uma vez que estados e, principalmente, os municípios, não teriam condições de arcar com o investimento necessário para uma educação de qualidade. O senhor é favorável a esta centralização?

Compartilho da avaliação de que os estados e notadamente os municípios não têm condições de assegurar um padrão comum de qualidade aceitável para o país como um todo. Contudo, o que tenho defendido não é propriamente a federalização da Educação Básica, mas a implantação de um verdadeiro Sistema Nacional de Educação organizado, mantido e administrado em regime de colaboração pela União, estados e municípios. Nessa construção a responsabilidade e competências dos entes federativos deverão ser distribuídas levando em conta as capacidades de cada um reveladas pela experiência e confirmadas pelo ordenamento jurídico.

Uma alternativa que várias secretarias estaduais e municipais de educação colocam em prática é a realização de parcerias com o setor privado, principalmente com o uso de sistemas de ensino pré-moldados. Como o senhor vê este tipo de associação?

Vejo com absoluta preocupação esse tipo de iniciativa. Na verdade ela configura uma verdadeira inversão do papel do Poder Público. É o Estado que deve definir a concepção, as diretrizes, os parâmetros e a organização dos conteúdos curriculares a serem trabalhados em todas as escolas tanto públicas como privadas. Além do mais, como esses "sistemas" se originaram dos pacotes de apostilas confeccionados para uso dos cursinhos pré-vestibular, algo amplamente criticado pelos educadores em várias oportunidades, essa iniciativa acaba por converter aquilo que já foi percebido como uma verdadeira excrescência do ensino em nosso país, em filosofia de ensino seguida não apenas pelas escolas particulares, mas pelas próprias redes públicas. Cabe procurar entender por que isso está acontecendo. Seria algo decorrente da crença nas virtudes da iniciativa privada? Ou seria decorrente de certo comodismo ou de uma espécie de neotecnicismo que vê nos pacotes adrede preparados uma maneira fácil de se resolver o problema da organização curricular e da prática de ensino nas escolas? Ou, já que vários governos dispensam os livros didáticos selecionados pelo MEC e enviados gratuitamente, para investir recursos de seus orçamentos nesses pacotes privados, emerge uma indagação que não quer calar: seria essa iniciativa motivada por malversação de recursos públicos em favor de grupos privados com eventual partilha entre os participantes dos referidos governos?

Vários governos municipais, pelo país, têm adotado a criação de bonificações como estratégia de valorização de seus professores. O que o senhor acha deste tipo de política? Que vantagens ou problemas ela traz?

Entendo que a criação de bonificações é uma pseudo-solução. A verdadeira solução se encontra na efetiva valorização dos profissionais da educação na forma como explicitei anteriormente. Fora disso as bonificações apenas concorrerão para acirrar a competição e enfraquecer o espírito de equipe e de colaboração entre os docentes e entre as escolas.

No plano federal, há mais de dois anos, o governo federal criou um piso nacional para professores da Educação Básica, cujo valor, hoje, gira em torno de R$1.024. Isto é suficiente para valorizar o magistério? Como o senhor vê a posição de alguns governos que se recusam a pagar este valor?
Decididamente, esse valor não pode ser considerado suficiente. E é lamentável haver ainda governos estaduais contestando juridicamente o estabelecimento desse piso.

Na maior parte dos indicadores educacionais, fica evidente a distância, em termos de acesso à educação de qualidade, entre brancos e negros no país. Por que há tanta desigualdade e o que é fundamental para reduzi-la?


A desigualdade no Brasil é antes uma questão sócio-econômica do que educacional. Portanto, a efetiva solução desse problema deve partir da correção da injusta distribuição de renda que vigora no país. Claro que a educação pode contribuir para esse processo evitando reproduzir mecanicamente em seu interior as desigualdades que se produzem na estrutura social. Mas seria uma ilusão própria das pedagogias não-críticas acreditar que a educação, por si só, tem força para corrigir as desigualdades sociais. Por isso é fundamental articular as iniciativas no campo da educação com a mobilização vigorosa pela superação das desigualdades nos campos político, social, econômico e cultural

Extraído do sítio: O Educacionista

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

PSTU - Programa de TV - 20/01/2011


Acesse: PSTU

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Lei Municipal Nº 10.103/11-Licença Maternidade BH

Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2011
Ano XVII - Edição N.: 3748
Poder Executivo

Secretaria Municipal de Governo

LEI Nº 10.103, DE 18 DE JANEIRO DE 2011

Recepciona a Lei Federal nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, no âmbito da Administração direta e indireta do Executivo do Município.

O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica recepcionada, no âmbito da Administração direta e dos entes autárquicos e fundacionais da Administração indireta do Município, a Lei Federal n° 11.770, de 9 de setembro de 2008, nos termos do disposto em seu art. 2º.

Parágrafo único - As empresas públicas da Administração indireta do Município ficam autorizadas a aderir ao Programa Empresa Cidadã, instituído pelo art. 1º da Lei Federal nº 11.770/08.

Art. 2º - Para os fins do disposto no caput do art. 1º desta Lei, a licença-maternidade concedida às servidoras e empregadas públicas da Administração direta e dos entes autárquicos e fundacionais da Administração indireta do Município fica prorrogada por mais 60 (sessenta) dias.

§ 1º - Aplica-se o disposto no caput deste artigo às ocupantes de cargos e empregos públicos que, na data de publicação desta Lei, estiverem em gozo da licença-maternidade, as quais farão jus à prorrogação a partir do primeiro dia subsequente ao término do período concedido para a fruição da licença originária.

§ 2º - A prorrogação de que trata este artigo será garantida, na mesma proporção, à servidora ou empregada pública que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, observada na Administração direta, e onde couber, o disposto no art. 150 da Lei nº 7.169, de 30 de agosto de 1996, com a redação dada pela Lei nº 8.741, de 8 de janeiro de 2004.

Art. 3º - A prorrogação instituída por esta Lei é considerada como de efetivo exercício, exceto para fins de progressão profissional e nas exclusões determinadas em leis específicas.

Art. 4º - A prorrogação instituída por esta Lei não possui natureza previdenciária, e seu pagamento correrá por conta das dotações orçamentárias próprias da Administração direta e dos entes autárquicos e fundacionais.

Parágrafo único - Para atender ao disposto nesta Lei, fica o Executivo autorizado a adaptar seus instrumentos de planejamento financeiro e, nos termos dos arts. 40 a 43, 45 e 46 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, a abrir crédito especial no valor de R$2.213.744,00 (dois milhões, duzentos e treze mil, setecentos e quarenta e quatro reais) ao orçamento corrente, bem como reabri-lo pelo seu saldo para o exercício seguinte.

Art. 5º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de sua regulamentação.

Belo Horizonte, 18 de janeiro de 2011

Marcio Araujo de Lacerda
Prefeito de Belo Horizonte

(Originária do Projeto de Lei nº 1.081/10, de autoria do Executivo)

Fonte: DOM/PBH

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Brasil é um país "sem educação"

Publicado no Jornal OTEMPO em 03/01/2011

NÁDIA HELENA BRAGA
Professora da rede municipal de ensino de Belo Horizonte

Leio muitos artigos sobre a educação no Brasil que são publicados em revistas de grande circulação. Às vezes, fico revoltada com o que leio porque os autores desses artigos ficam muito presos a estatísticas e pesquisas acadêmicas.

É muito comum apontarem que o baixo rendimento dos alunos estaria na formação deficiente dos professores, que não saberiam motivar seus alunos nem preparariam suas aulas com antecedência. Mas, nas pesquisas, não é relatado o que, na realidade, ocorre dentro de uma escola e que fatores são os grandes determinantes do baixo rendimento escolar.

A maioria dos alunos é indisciplinada, não traz o material necessário para as aulas, não cumpre os deveres de casa e, durante as aulas, não presta atenção às explicações e fica conversando o tempo todo. Muitos não dão importância aos estudos e alegam que estão na escola porque os pais obrigam.

As brigas entre alunos acontecem com muita frequência; são violentos e se agridem verbalmente com muitos palavrões. A escola, para esses alunos, serve como refúgio - uma ilha de segurança. Ela é utilizada como praça pública, onde o que menos interessa é estudar e adquirir conhecimento. O ambiente é utilizado pela maioria para a socialização, para namorar e, às vezes, para o uso de drogas. Muitos não têm respeito pelos professores, que são agredidos verbalmente e, às vezes, até fisicamente. O pior de tudo é que, no fim do ano, esses alunos são premiados com a aprovação compulsória nos anos iniciais do ciclo.

Com alunos comprometidos, sem disciplina em sala de aula, é um desafio prover educação de qualidade. Dentro de um ambiente cheio de conflitos, os bons alunos são muito prejudicados, já que não conseguem ter uma aula de qualidade. O professor não consegue alcançar seu objetivo. É certo que, quando estamos trabalhando com turmas de bons alunos, em que a aula acontece da forma como foi programada, sentimos-nos realizados e valorizados.

Diante desse triste quadro, nós, professores, sentimos-nos completamente desmotivados.

O índice de adoecimento da classe é alto. As escolas estão funcionando, muitas vezes, com um alto grau de absenteísmo entre professores. Às vezes, as turmas ficam grandes períodos sem o docente de determinada disciplina, substituído por colegas que, simplesmente, "tapam o buraco". Muitos professores estão deprimidos, sem condições de exercer o bem mais precioso que Deus nos deu: o trabalho.

Fica aqui o convite aos pesquisadores em geral: que eles venham para dentro das escolas, fiquem um bom período trabalhando como professores para poder compreender o que realmente acontece; a partir daí, poderão avaliar melhor a baixa qualidade do ensino na escola pública.

Hoje, o professor trabalha em péssimas condições. Por isso, fica a pergunta: como mudar essa situação? Continuaremos à margem da educação de qualidade?

sábado, 15 de janeiro de 2011

Educação Infantil - Unificar Carreira - BH

Educação Infantil:
Proposta de PL sobre a unificação da carreira é entregue

No dia 15 de dezembro de 2010, uma comissão de educadoras e diretoras do SindRede apresentaram uma proposta de Projeto de Lei a respeito da unificação da carreira na Educação Infantil.

O Projeto de Lei foi elaborado por uma comissão de base de educadoras em conjunto com a diretoria do SindRede. O documento foi protocolado na prefeitura. O objetivo é que o prefeito apresente e encaminhe o projeto ao legislativo para aprovação.


Para ver mais fotos clique aqui


Veja abaixo as considerações iniciais para a pertinência do Projeto de Lei elaborado pelo sindicato junto com a comissão de educadoras de base:

Ao Prefeito Municipal de Belo Horizonte

Sr. Marcio Lacerda
Exmo. Sr. Prefeito,

As/os Educadores(as) Infantis da Rede Publica Municipal de Educação, ao apresentarem a V. Exa. a anexa proposta a um projeto de lei referente à carreira destas/es servidoras/es, bem como os competentes argumentos técnico e legais, reforça os aspectos concatenados com os seguintes argumentos:

1. a educação de qualidade é direito subjetivo explícito na Constituição Federal, e a "garantia de padrão de qualidade" determinada pela Carta é um parâmetro bastante veiculado pela Administração Municipal. No entanto, as condições de carreira ora ofertada aos docentes na educação infantil, não condizem com qualquer possibilidade de eventual e futuramente atingirmos este objetivo;

2. pela simples observação estatística da rotatividade - concursados empossados X ainda em exercício - V. Exa., reconhecido entendido em administração humana, poderá reconhecer a impossibilidade de formatar a qualidade da educação sem a sedimentação dos(as) servidores(as) responsáveis;

3. o conceito da Administração Municipal não nos parece relacionar-se com o que está escrito no Parecer CNE/CEB nº 24/2007, pois este inclui os profissionais docentes da Educação Infantil no conceito de "magistério da Educação Básica, o qual é entendido como trabalho/função de ensino a cargo e desenvolvido/exercida por professores, na qualidade de profissionais da educação escolar/ensino, em todos os níveis e modalidades de ensino da Educação Básica presencial" (aí compreendida, obviamente, a Educação Infantil, em creche e pré-escola);

4. além dos salários diferenciados para os/as educadores(as) infantis, e a impossibilidade de progressão, nenhum ganho condizente com sua formação resulta significativamente na sua carreira.

5. as crianças necessitam - e é garantido por lei - educação infantil de qualidade. É comprovado que valorizar professores e educadores é fundamental para construir esta educação de qualidade. Portanto, é necessário que inicie esta valorização com a unificação das carreiras da educação infantil com professor municipal.

6. e, por último, há de convir V.Exa., que nenhum profissional permanece no emprego quando os respectivos proventos não lhe permitem vislumbrar possibilidade de ascensão social condizente com sua formação.

Assim, Exa., as/os signatários solicitam-lhe que se digne a analisar criteriosamente a proposta pessoalmente entregue.


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Diretoria Colegiada

Ed. Infantil

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Depois das apostilas, agora o cronômetro salvará a educação brasileira...

Encaminho um texto, recebido pela Profª Diana Silva, RME/BH, também minha esposa, sobre uma carta resposta da Profª Andréa Pimpão, Colégio Estadual Júlio Mesquita/Paraná, à Jornalista Roberta de Abreu Lima, da revista Veja, que publicou a reportagem "Aula cronometrada" «edição 2.170/13 de junho de 2010». Esta reportagem traz como assunto a divulgação de um rigoroso método científico para avaliar as aulas e, desta forma, medir o nível de ensino brasileiro. De acordo com a jornalista, nas escolas avaliadas (cerca de 400 da rede pública, destacando-se Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro) foi constatado que os cronômetro expuseram um fato espantoso: que a aulas são monótonas, baseadas na velha lousa, que um terço do tempo é desperdiçado com indisciplina e desatenção dos alunos «grifo nosso». Nesta análise, em destaque, os cronômetros inspiraram-se em Minas Gerais para apresentar a "solução" para educação brasileira, que foi o primeiro estado, em 2009, a adotar o método revolucionário «será que foi patenteado nas Organizações Tabajara?».

Vamos à resposta então:

Profª Andréa Pimpão

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem cont ra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e ...disciplina.

Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.

Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até à passeios interessantes, planejados, minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes” elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;

Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 m. de intervalo, onde tem que se escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma cha nce de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.

Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.

Em vez de cronômetros precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo

Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim ouve-se falar em cronômetros. Francamente!!!

Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Caso queria ler a reportagem da revista Veja, clique Aula Cronometrada.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mais Informações sobre o Plano Saúde PBH


Terça-feira, 11 de Janeiro de 2011
Ano XVII - Edição N.: 3742
Poder Executivo
Capa

SERVIDORES MUNICIPAIS TERÃO PLANO DE SAÚDE

O secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Informação, Helvécio Magalhães, assinou o contrato para prestação de serviços de assistência médica, ambulatorial e hospitalar com obstetrícia, e odontologia através de plano junto à vencedora do processo licitatório, a empresa Unimed Belo Horizonte Cooperativa Trabalho Médico.

A partir de fevereiro os servidores poderão fazer a adesão voluntária ao plano de saúde que será co-participativo e será subsidiado pela Prefeitura. Os funcionários que têm menor renda e maior faixa etária terão os maiores subsídios no custeio do plano.

Segundo o secretário, esse é um passo importante no plano global de atenção à saúde dos servidores, inclusive com a reestruturação da Secretaria Municipal Adjunta de Recursos Humanos. “Estamos iniciando um novo olhar sobre a saúde do servidor e seus dependentes. Vamos investir na assistência ao servidor, inclusive com ações de promoção e atenção à saúde”, disse.

A contratação do plano de saúde possibilita a ampliação das coberturas assistenciais prestadas pela Beprem e passará a ser ambulatorial, hospitalar, obstétrica e odontológica com abrangência local, e urgência e emergência com abrangência nacional. A Prefeitura irá assumir a gestão do contrato com a operadora, avaliando a qualidade da atenção à saúde e fortalecendo a capacidade de interlocução e negociação do servidor.

De acordo com o presidente da Unimed BH, Helton Freitas, a empresa irá trabalhar de forma conjunta com a Prefeitura na gestão do plano para atender o objetivo de prestar um serviço de qualidade aos servidores municipais e seus dependentes.

Em breve serão disponibilizadas orientações específicas aos servidores para adesão voluntária ao plano.

Fonte: DOM - PBH

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Unimed vai atender servidores da Prefeitura de BH

De acordo com a Secretaria de Planejamento, funcionários que têm menor renda e maior faixa etária terão os maiores subsídios


Caderno: Política
Humberto Santos - Repórter - 7/01/2011 - 11:38

Os funcionários públicos ativos e inativos da Prefeitura de Belo Horizonte terão a Unimed como a prestadora de serviço de saúde após a extinção da Beneficência da Prefeitura (Beprem). A ata da licitação foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM). A empresa venceu o pregão, na modalidade menor preço, com um lance de R$ 54.299.155,97. A outra concorrente, a paulista Intermédica Sistema de Saúde S/A, recorreu mas teve o recurso indeferido pela comissão licitante.

A prefeitura trabalha no cálculo dos subsídios que serão concedidos aos servidores. De acordo com a analista da Secretaria de Planejamento, Alexia Ferreira, os funcionários que têm menor renda e maior faixa etária terão os maiores subsídios nos custeio do plano de saúde. Alexia não informou de quanto seria esse subsídio, mas a informação é que o maior incentivo chegaria a 70% do valor do serviço.

O plano “básico” utilizado pela prefeitura para o cálculo do subsídio é o médico hospitalar, com internação em enfermaria e cobertura odontológica. Os servidores podem optar ainda pelo atendimento com obstetrícia e internação em apartamento. Todas as opções alteram o valor subsidiado que será descontado em folha.

Nos próximos dias a administração municipal vai lançar campanha para informar e começar a receber a adesão dos servidores ao sistema privado de saúde. A expectativa é que pelo menos 50% dos servidores optem pelos planos oferecidos pela Unimed. “Para as primeiras faixas salariais o plano será atraente para pessoas que nunca tiveram plano de saúde.

Também esperamos a migração de outras pessoas que possuem plano privado”, explica Alexia. A prefeitura conta, entre ativos e inativos, com 40 mil funcionários. De acordo com a analista, os preços pagos pela coparticipação “estão abaixo do preço de mercado”.

Questionada sobre as críticas de demora no atendimento que a Unimed recebeu de alguns vereadores da capital durante a discussão do fim da Beprem, Alexia reponde que a licitação exigiu índice de qualidade da Agência Nacional de Saúde Suplementar acima de 0,6 (numa escala que vai de 0 a 1, e quanto maior, melhor) e que os concorrentes precisavam provar capacidade de atendimento para concorrer.

“Atrasos não são problema apenas de uma operadora, mas de todo o sistema se saúde suplementar do país”, disse Alexia.

A analista explica que o contrato possui mecanismos de controle e que há sanções caso haja o descumprimento das cláusulas e que a prefeitura vai acompanhar e avaliar o atendimento da Unimed aos servidores.

Procurada pela reportagem para comentar o resultado da licitação, a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Belo Horizonte (Sindibel), Célia Lelis, não foi encontrada no sindicato, nem no telefone celular. A proposta de criação do BHPrev – fundo previdenciário dos servidores municipais – que vai custear os serviços prestados pela Unimed, será votado pelos vereadores após o recesso parlamentar.

De acordo com o texto enviado para a apreciação dos parlamentares, o BHPrev pode receber bens imóveis para engordar o caixa, sendo constituído pelo patrimônio da Beprem e pelas contribuições dos servidores e da administração. Ao todo a prefeitura vai injetar R$ 74 milhões no fundo.

Atendimento continua na Beprem

Previsto para terminar no dia 31 de dezembro de 2010, o atendimento médico realizado pela Beprem continua. No entanto, consultas não são mais agendas.

O atendimento é realizado em regime de urgência e de demanda espontânea nas três unidades que prestam serviço odontológico, e nas unidades de saúde mental e atendimento médico (clínica geral e pediatria). os atendimentos devem continuar até o fim de fevereiro.

Os serviços de farmácia e vacinação foram suspensos e a orientação é que os servidores procurem os postos de saúde próximos às suas residências.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Canto da Sereia

Quando o Canto da Sereia
Reluziu no seu olhar
Acertou na minha veia
Conseguiu me enfeitiçar...
Toninho Geraes

Recentemente ampliou-se a informação sobre o 14º salário para os trabalhadores em educação, Projeto de Lei Suplementar 319/08, autoria do Senador Cristovam Buarque, bem como há uma enquete "Opinião Pública" a perguntar se é a favor ou contra a este pagamento para os professores da rede pública.

Nota de rodapé: acredito que os encantados pela sereia deve estar a aproveitar as férias para votar em diferentes IPs e a divulgar para os colegas professores.

Resolvi conferir essa "boa nova", pois é raro os nossos parlamentares pensarem uma política de valorização para todos os trabalhadores em educação.

Primeiro, o PLS 319/08, texto inicial,  realmente prevê o pagamento do 14º salário, não só para os professores mas para todos Os profissionais da educação de base, lotados e em exercício nas escolas públicas de educação básica do Distrito Federal, dos Estados e Municípios.

Se olhos brilharam talvez as lágrimas poderão ofuscá-los. Pois, o 14º salário não é para todos, somente para os profissionais da educação que tiverem elevado no ano escolar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB de sua escola em pelo menos cinqüenta por cento, receberão, no mês de dezembro, o décimo-quarto salário (grifo nosso). Se, por ventura, não conseguirem o 50%, basta ter o IDEB igual ou superior a sete que receberão o benefício previsto no caput automaticamente" (grifo nosso), que receberá no semestre seguinte à publicação desta avaliação.

Segundo, na tramitação do PLS 319/08 ocorreu a aprovação de um parecer, na forma de um substitutivo do senador Marconi Perillo, na Comissão de Educação (10/11/09). 

O nobre senador fez a seguinte correção ao Projeto inicial: fez com que houvesse previsão nas leis orçamentárias, as dotações necessárias à sua concessão, além de fixar em seis o índice-meta para o recebimento da gratificação (grifo nosso). De acordo com o relator: o estabelecimento de um índice mais próximo da média nacional, mas ainda relevante do ponto de vista do resultado pedagógico, representaria um estímulo à produtividade dos profissionais da educação.

Na Comissão de assuntos Econômicos, depois de alguns adiamentos, foi aprovado o parecer do senador Valdir Raupp (08/06/10), em que o substutivo teve como númeração a emenda nº 02. Merece destaque a seguinte afirmação do nobre senador:
A qualidade do ensino no Brasil é hoje muito baixa. Ao focar o desempenho no IDEB, dos 5.564 municípios, apenas 55 (ou 1%) têm redes escolares com nota igual ou superior a 6 nas séries iniciais do ensino fundamental. (...) Esse quadro desfavorável nos conduz à conclusão de que focar o IDEB no escore 7, tal qual proposto pelo PLS nº 319, é iniciativa que pode acabar não resultando em melhoria do ensino no curto e médio prazos, já que este escore está muito distante dos resultados obtidos pela imensa maioria das escolas brasileiras.

Nota de rodapé: muito "estimulante" a apreciação do nobre senador.

Na Comissão de Assuntos Sociais, a relatora senadora Rosalba Ciarlini aprova o PLS 319/08 (04/08/2010), porém ainda aguarda ser aprovado na devida comissão (transferida para a próxima reunião deliberativa em 2011) . Tal parecer reforça o ajuste de 6 enquanto nota mínima no IDEB, a inclusão dos docentes da rede pública de educação básica federal e o condicionamento do pagamento deste salário à existência de dotação específica consignada no orçamento de cada ente federado.

Obs.: A Comissão de Assuntos Sociais aprovou  Requerimento nº 63, de 2010-CAS, de iniciativa do Senador Flávio Arns, para que o PLS nº 319, de 2008, seja encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, para que esta se pronuncie sobre a matéria (fls. 24). Ou seja, a tramitação poderá seguir nesta comissão.

Por enquanto é somente isso sobre a tramitação.

Lembra-se do meu texto Malu Mader "avaliou" a sua escola? . Pois bem, a nossa ação local contra a política de abono terá que ampliar-se para uma ação Nacional, acredito que até internacional ao pensarmos no Programa Internacional de Avaliação de Alunos – PISA (isso é uma outra história a ser contada...).

Um real "canto da sereia",  ao lermos a enquete no portal do Senado (OPINIÃO PÚBLICA), somos atraídos a votar favoravelmente «até o momento 61.788 votantes com 97,7% de aprovação - 06/01/11 », pois quem seria contra o pagamento de décimo quarto salário para os professores da rede pública? Ou, a quem ler rapidamente o PLS 319/08, que seria contra o pagamento do 14º salário para os auxiliares, técnicos e professores da educação básica pública?

Agora sim, por um "prêmio" teremos todos envolvidos num sistema de avaliação que pode transformar as escolas públicas em espaços de "treinamento" de alunos para as avaliações de Matemática e Língua Portuguesa, além de deixar em segundo plano as demais Disciplinas e Projetos Pedagógicos. Destaca-se que, como sempre, os aposentados continuam esquecidos e sem reconhecimento por parte de nossas autoridades políticas.

Última nota de rodapé: enquanto os nossos nobres parlamentares ganham o 14º e 15º, sem atingirem metas, pois já alcançaram o ápice de serem os mais caros do mundo, continuaremos acreditando em certas crenças, como a de um piso salarial para os professores, também de autoria do senador Cristovam Buarque, que prevê um valor de R$ 1.181,34 em 2011 para 40 HORAS SEMANAIS. A interpretação governamental é para proteger-se, ou seja, quem recebe mais de  R$ 590,67 por 20 horas semanais está dentro do limite respeitado pela lei. Quem acompanhou a greve na Rede Estadual de Ensino em Minas Gerais percebeu a "queda de braço" na compreensão sobre a legislação entre o Sind-Ute/MG e o governo.
Wanderson Rocha



domingo, 2 de janeiro de 2011